A desistência do ex-deputado Jorge Boeira (PP) em concorrer ao Paço Municipal pegou a executiva dos progressistas de surpresa em Criciúma. Boeira alegou motivos pessoais, em uma promessa feita a familiares de que irá se dedicar às empresas da família. O presidente municipal do partido, Paulo Conti, se disse surpreso com a decisão e evitou definir qual posição o PP tomará nas eleições municipais de 2020.
"Tínhamos um encontro com o Boeira na sexta-feira e foi suspenso por ele, por questões pessoais. A gente não tinha essa informação formalizada. É precipitado falar em novo candidato sem ter a formalização do Boeira sobre a desistência", disse o presidente municipal do PP. A justificativa de Jorge Boeira, que deu a informação sobre a desistência em primeira mão na Rádio Som Maior, é um compromisso familiar.
"Deixei de ser candidato federal na eleição passada porque tenho compromisso com minha família, fiquei 16 anos fora das empresas e preciso dedicar alguns anos em período de maior dificuldade. São 10 meses que deixei de ser deputado, preciso me dedicar mais dois ou três anos, quem sabe em 2022 posso voltar a ser candidato", alegou Boeira.
Agora, os progressistas devem definir qual rumo a sigla tomará na corrida pelo Paço. Uma das possibilidades é formalizar apoio à reeleição de Clésio Salvaro (PSDB). O PP poderia, inclusive, indicar o vice na chapa da situação. "Nunca neguei a possibilidade de estar junto com Salvaro, não afirmo que estaremos, até porque a decisão não é do presidente", afirmou Conti.
"Faremos contato com vereadores, executiva do partido, sentar com o Jorge, entender os motivos (para a desistência), ver se é a posição final. Depois sim vamos traçar um projeto, de maneira democrática, qual o caminho seguiremos", acrescentou o presidente da sigla.
Boeira disse em entrevista à Som Maior que a decisão de não concorrer já havia sido comunicada à executiva estadual do PP. "Seria uma eleição maravilhosa de disputar (as municipais em 2020), é o tipo que eu gosto porque você só tem a crescer, não tem nada a perder. Sei da importância e responsabilidade que a gente tem que ter para se dedicar a um município como Criciúma, com mais de 200 mil habitantes e uma receita de quase R$ 1 bilhão, é uma atenção que eu não teria condições de dar", concluiu.