Zenaide Salvan Felisbino, de 61 anos de idade, moradora do bairro Maccari, em Morro da Fumaça, levava uma vida tranquila. Pensionista, ao chegar a pandemia do novo coronavírus (Covid-19), ela evitou ao máximo sair de casa, mas quis o destino, que ela contraísse a doença.
E ela lembra bem do dia: foi em 21 de março de 2021. “Eu me cuidava muito. Não saía de casa, mas o meu filho do coração veio me visitar com a esposa em um fim de semana. Ela estava com Covid-19 e não sabia. Comecei a sentir os sintomas na quarta-feira seguinte. Dias depois já fiquei mais cansada, fiquei de cama e fui ao Centro de Triagem, fiz o teste e deu positivo. A minha saturação abaixava muito, então marcamos uma consulta e o médico me internou, eu não queria porque achava que era só uma gripe, depois de dois dias que eu estava no hospital fiquei muito ruim”, relata.
Zenaide não chegou a ir a um leito de UTI, mas ficou 16 dias internada. Vencida a doença, vieram as consequências. “Eu não andava. Perdi a musculatura, fiquei sem sentar. O banho eram as minhas filhas que me davam”, conta.
Foi aqui que entrou em cena a fisioterapeuta Morgana da Silva Zago, através do projeto de Fisioterapia Pós-Covid, da Secretaria do Sistema de Saúde de Morro da Fumaça. Zenaide foi a sua primeira paciente e passou a fazer os exercícios diariamente. “A fisioterapia para mim não tenho nem como explicar porque eu não andava e não tinha forças. Quando ela chegou para fazer a fisioterapia eu estava na cama, deitada, no oxigênio direto. Hoje eu agradeço a todo o atendimento porque foi o que me ajudou a melhorar aos poucos. Estou me sentindo 100%, Estou bem, graças a Deus. Hoje posso fazer todo o trabalho da casa, antes, nem banho sozinha conseguia tomar”, relata a fumacense que completou três meses de tratamento.
Morgana fala que a fisioterapia de Zenaide se fez necessária. “Ela é a que melhor teve resultado até agora porque é a única que fez a tomografia de comparação. Então ela tem a primeira tomografia e a última tomografia com regressão da lesão”, diz.
Ações de reabilitação
Morgana fala ainda que o Município percebeu a necessidade de implantar ações de reabilitação para os pacientes acometidos tanto fisicamente, quanto emocionalmente pela pandemia. “Apesar de o coronavírus causar sintomas brandos na maior parte das pessoas, há uma parcela que encara a versão grave da doença e precisa de intervenções hospitalares. Para eles, os problemas não acabam quando o vírus some do organismo. Indivíduos que são internados podem sair do hospital com sequelas neurológicas, fraqueza muscular e dores pelo corpo. Devido a isso, se percebeu a necessidade de um atendimento em
reabilitação do indivíduo, que em Morro da Fumaça tem dado muitos frutos”, destaca a fisioterapeuta.
Casal que faz o tratamento junto, se recupera junto
O casal Antônio de Assunção Moreira, de 90 anos, e Maria Olívia Gama Moreira, de 84 anos, recebem a Morgana na sala de casa. É ali mesmo que eles fazem os exercícios. Um ao lado do outro, eles vão seguindo os comandos da fisioterapeuta.
Eles foram infectados em março e, após a recuperação, o início da fisioterapia. “Eu passei um pouco mal, mas agora graças a Deus estou. Ficou internado”, resume Antônio. Ele permaneceu 30 dias internados, enquanto Maria ficou 15 dias a mais. “O tratamento está indo bem, graças a Deus. Está nos ajudando a melhorar”, fala Maria.
Estes são apenas alguns dos tantos exemplos positivos da Fisioterapia Pós-Covid implantada em Morro da Fumaça. “Este trabalho, aliado à força de vontade de cada um, possibilitaram muitos resultados positivos. Obtivemos uma alta incidência de reabilitação dos pacientes, que contribuiu com a qualidade de vida de cada um. Estamos felizes com estes resultados e seguiremos com o projeto ativo para atender cada vez mais pessoas”, fala a secretária do Sistema de Saúde, Marijane Felippe.