A região carbonífera vai conhecer, na próxima sexta-feira, 25, as propostas e intenções dos candidatos a prefeito de mais um município. "Estamos ultimando detalhes e nas próximas horas anunciaremos de qual cidade estaremos apresentando debate", informa o jornalista Adelor Lessa, diretor da Rádio Som Maior.
Enquanto isso, ainda repercutem as manifestações dos sete candidatos a prefeito que participaram, na última sexta-feira, 18, do primeiro encontro dessas eleições em Criciúma. Chico Balthazar (PT), Clésio Salvaro (PSDB), Coronel Cosme (Podemos), Dr. Aníbal (MDB), Júlia Zanatta (PL), Professor Éderson (PSTU) e Rodrigo Minotto (PDT) trocaram ideias, algumas farpas, diversas propostas e muitos esclarecimentos aos eleitores e ouvintes durante 2h40min, em cinco rodadas de debate.
Confira, abaixo, os principais momentos de cada candidato no debate da Som Maior e do 4oito.
Chico Balthazar cutuca Salvaro
"Considero que a saúde de Criciúma está abandonada, pois falta vontade política ao prefeito", disparou o representante do PT na disputa. Ainda sobre saúde, o petista prometeu executar um projeto dos tempos do governo do partido na cidade. "Vamos encontrar um terreno nas proximidades do Centro e vamos construir uma Policlínica", revelou.
Sobre educação, Balthazar lembrou o papel do ministro Fernando Haddad na recuperação daUnesc. "Há não muito tempo atrás, a Unesc estava numa situação delicada, bastante difícil. Por uma ação do ministro da Educação da época, Fernando Haddad, esse problema foi resolvido", frisou, reforçando o quanto recorrerá a bandeiras e realizações do PT na sua campanha.
"O prefeito da cidade retira direitos dos trabalhadores", bateu Balthazar.
Nesse debate está dando para ver que existem duas Criciúmas, uma que só existe na cabeça do prefeito
"O governo Décio Góes foi o melhor governo que Criciúma teve na sua história", reforçou o petista. "Está dando para ver, Clésio Salvaro, Criciúma era a sexta cidade quando você chegou, há 12 anos, hoje é a oitava", arrematou.
Salvaro defende o seu governo
Clésio Salvaro (PSDB) começou sua participação no debate da última sexta defendendo a gestão na saúde. "Em momento algum falta qualquer tipo de medicamento em qualquer Unidade Básica de Saúde. Também nós temos todos os exames zerados", garantiu.
E ocupou boa parte do seu tempo para contrapor às críticas recebidas. "A cidade não é isso que os candidatos estão falando aqui. Parece que aqui é terra arrasada, muito pelo contrário", frisou. "Quero me colocar à disposição para todos os candidatos, pra gente debater a cidade da forma mais coerente, mais correta, vocês podem todos fazer as perguntas para mim", provocou, no que não foi atendido. Salvaro não foi questionado no bloco de perguntas livres entre os candidatos.
"Temos investido muito no setor produtivo", garantiu, em resposta a uma pergunta do presidente da Acic, Moacir Dagostin.
Ao ouvir uma série de críticas dos concorrentes, Salvaro disparou: "quando eu disse, podem perguntar para mim, pra gente discutir a cidade real, não nesse mundo fantasioso, diminuindo a importância da cidade". Logo em seguida, lascou um desabafo, quando ouviu de Chico Balthazar que Décio Góes fez o melhor governo da história da cidade:
Quanta bobagem aqui nesse debate
"Essa cidade que só existe na cabeça do prefeito Clésio Salvaro, essa é a cidade que existe na cabeça de mais de 80% da população de Criciúma", finalizou, citando a aprovação nas pesquisas.
Cosme quer uma Centenário inteligente
Estreante em eleições, o Coronel Cosme Manique Barreto, candidato do Podemos, transitou em diversas áreas na sua participação no debate. "A quantidade de postos de saúde que se tem em Criciúma é maior que da cidade de Joinville", comparou, quando provocado a tratar de saúde. "O que está faltando na saúde pública da cidade de Criciúma é gestão do todo", completou.
Quando questionado a respeito de eventos na cidade, Cosme afirmou que o Município precisa fomentar a realização de atrações. "Ter o cuidado de trazer grandes espetáculos, palestras, coisas que movimentam a cabeça e a cidade", comentou.
No tocante ao trânsito, o candidato elencou uma série de propostas. Uma delas, um investimento para a Avenida Centenário:
Temos que ter uma Avenida Centenário inteligente, vamos botar onda verde
Na questão da cultura, Cosme criticou a forma como a área é tratada atualmente em Criciúma. "A cultura é tratada com algumas crianças com papel crepom ao redor delas, e localizada exclusivamente na área central", opinou.
Aníbal quer gestão colaborativa
Outro debutante em eleições, o candidato Dr. Aníbal, do MDB, tratou de lembrar que não é de hoje que colabora com a cidade. "Ao contrário do que muitos pensam, colaboro e me preocupo com a cidade desde que me tornei um cidadão consciente", afirmou.
Quando entrou em pauta a situação da saúde no Município, o emedebista tratou de advertir o prefeito Salvaro. "A pandemia só piorou a situação, ela não é suficiente para justificar toda a situação. Ainda apresentamos essa fila descabida, há mais de 15 anos", lembrou.
Questionado sobre endividamento da prefeitura, Aníbal lembrou que "o programa de asfaltamento da cidade deverá causar uma dívida futura significativa. O Criciumaprev gera também uma necessidade que vai pesar no futuro".
Temos que fazer uma gestão colaborativa, uma gestão inovadora, temos que criar um ambiente de investimentos positivo, temos que investir muito em educação
Quando provocado pela candidata Júlia Zanatta (PL) a comentar o projeto que ela tem, de montar uma Escola Cívico Militar em Criciúma, Aníbal respondeu: "exercer o patriotismo é fundamental, mas temos que acrescentar o amor à cidade, falar muito da cidade desde cedo".
Júlia se define como "a única de direita"
Na arrancada, a candidata Júlia Zanatta (PL), mais uma novidade na eleição, fez uma provocação ideológica. "Sou a única candidata verdadeiramente de direita", frisou. "Eu tenho Deus, pátria e família no coração", destacou.
Na avaliação das consequências do Covid-19 na rede municipal de saúde, Júlia afirmou que "a pandemia não é justificativa para essa fila que estamos falando, de 15 mil pessoas". "Eu tenho recebido relatos, estamos sim com falta de medicamentos", emendou.
Exorcizar a questão da corrupção, é o primeiro passo para qualquer ação
"Vamos recuperar a confiança das pessoas, do criciumense e também do investidor", garantiu Júlia, quando questionada sobre desenvolvimento econômico. Houve críticas ao governo Bolsonaro, e ela de pronto respondeu. "Eu não sei em qual realidade alguns candidatos vivem, de falar que o Governo Federal tem uma gestão desastrosa, é a melhor gestão que já tivemos no Brasil essa que estamos tendo, no governo Bolsonaro", disse.
"Criciúma precisa se libertar da servidão aos poderosos, da servidão a um grupo político, Criciúma precisa ser governada para todos", finalizou a candidata.
Éderson e o caos na saúde
Para Professor Éderson, candidato do PSTU à prefeitura, "a saúde pública de Criciúma está um caos". Ele sugeriu o "fim do atendimento privado no Hospital São José, a saúde não pode se tornar lucro nem mercadoria".
O candidato socialista cobrou, ainda, alternativas na área cultural. "É mais fácil entrar na vida do crime do que ter uma oportunidade para fazer um curso ou algo do tipo que vá mudar sua realidade", comentou. E ele disparou contra o Governo Federal na relação dos problemas econômicos. "Criciúma tem hoje um alto índice de desemprego, por conta das empresas e indústrias que vem com a política que vem desastrosa do atual Governo Federal", sublinhou.
Não é com Gaeco a todo momento fazendo investigação, que afastam os investidores da cidade
Quando abertas as perguntas livres entre candidatos, Éderson evitou questionar o prefeito. "O prefeito Clésio Salvaro está com ego muito elevado, a gente vai mudar o foco", justificou.
E Éderson tratou bastante da situação da gestão da pandemia pelos governos federal, estadual e municipal. "Vimos esses três trapalhões como uma grande catástrofe. São verdadeiros trapalhões, enquanto isso as pessoas estão morrendo", apontou.
Minotto quer qualificar a gestão
Rodrigo Minotto (PDT) pautou sua participação no debate por um alerta: "precisamos qualificar a gestão". "Nós precisamos ter um governo que seja confiável e transparente", reforçou o pedesita. "Não adianta fazer um processo de digitalização apenas para cobrar do contribuinte", salientou o deputado.
"Nós temos que ampliar nossa vocação de polo, Criciúma tem que se tornar novamente o novo polo industrial", afirmou o candidato.
Nós precisamos buscar tecnologia, inovação, trabalho, renda, precisamos dar valor agregado ao salário do trabalhador
"Esse é o momento da demonstração do grande gestor, o isolamento social é fundamental", comentou. "O gestor tem que ter oportunidade de dar condições de emprego e também de renda ao trabalhador", destacou.
Rodrigo Minotto afirmou que "precisamos atualizar o Plano Diretor da cidade". E lembrou de pautar as ciclovias como uma necessidade para a mobilidade urbana em Criciúma. "Temos uma dependência de fazer um grande anel de contorno para ciclovias. Temos que transformar Criciúma em uma cidade moderna", arrematou.
Ouça abaixo o resumo do debate da Som Maior: