A Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc) retoma suas atividades presenciais na próxima semana, com a eleição de um novo presidente em um período ainda de combate à pandemia de Covid-19. Este ano promete ser diferente nas relações entre deputados e Governo do Estado, visto as mudanças de comportamento do governador Moisés nos últimos meses. O deputado Jessé Lopes (PSL), no entanto, afirma que sua relação com o executivo continuará sendo da mesma forma - sem grandes aproximações.
Ao longo de 2021, o governador Carlos Moisés se manteve um tanto quanto distante do legislativo catarinense. Os decretos restritivos durante a pandemia e os “escândalos” que levaram a dois pedidos de impeachment contra o chefe do executivo de SC fizeram com que a relação entre poderes ficasse ainda mais abalada.
Depois de ter retornado ao cargo de governador, após ter ficado afastado por cerca de um mês, Moisés mostrou apresentou um posicionamento diferente. O maior diálogo com a Alesc acabou resultando em nomeações de deputados para secretarias, como Luiz Fernando Vampiro (MDB) para Educação, e Altair Silva (PP) para a Agricultura.
Jessé, no entanto, destaca que deve manter relações ainda rígidas com o governo, argumentando falta de confiança. “Essa política de portas abertas só é contemplada se é amiguinho do governo. Não estou afim de ser tão amigo de um governo que não confio, os trabalhos continuam a mesma coisa independente do que foi feito neste ano”, disse.
O deputado do PSL critica ainda o posicionamento do Governo do Estado. Para ele, a aproximação que vem acontecendo com o executivo é política, e afirma que não irá interferir em sua atuação na Assembleia.
“Para mim não muda nada, não faço parte desse tipo de jogatina e continuo com minhas convicções e forma de trabalhar e cobrar. Isso não vai mudar em nada, o fato de ter mais deputados na base do governo seja pelo motivo que for. Vou continuar fazendo minhas cobranças de acordo com aquilo que entendo ser mais positivo para SC”, ressaltou.
Projeto para 2021
Um dos projetos de lei (PL) que está na lista de reivindicações do deputado para este ano é um fundo de doação para a segurança pública catarinense. O projeto visa reverter doações de instituições privadas ao setor, fazendo com que o mesmo valor doado acabe sendo isentado em impostos.
“Estamos viabilizando esse projeto que acho que é legal, visto que a segurança pública não tem dinheiro carimbado. Esse fundo para que empresários que queiram ajudar a segurança possam doar e serem isentos de impostos no mesmo valor doado”, declarou.