O PP ainda não sabe como votará se o atual processo de impeachment que tramita na Assembleia Legislativa (Alesc) chegar a plenário. A denúncia em curso ainda é a do defensor público Ralf Zimmer Júnior, que acusou o governador de atuar em distorções salariais envolvendo procuradores do Estado.
"O rito do impeachment, vamos analisar juridicamente. Vou me embasar, já conversamos em bancada, vamos tentar a unidade do partido, dos três deputados. Se um convencer o outro, cada um vai poder analisar e votar com a sua consciência. Eu espero ter unidade, se não tiver, cada um votará por si", afirmou o deputado João Amin, líder do PP na Alesc, em entrevista ao Programa Adelor Lessa, na Rádio Som Maior, nesta quarta-feira, 19.
O PP tem três deputados estaduais. Além de João Amin, são da bancada progressista os deputados Altair Silva e o sul catarinense José Milton Scheffer, que é muito próximo do governador Carlos Moisés. Em recente ato em Içara, na última sexta-feira, 14, Scheffer fez diversos elogios ao governador e à sua gestão.
"O governador sabia"
Sobre a CPI dos Respiradores, da qual foi membro, João Amin votou a favor, como os demais, do relatório final, apresentado nesta terça-feira, 18. E ele crê nas implicações ao governador Moisés apontadas no documento. "Não há dúvida que o governador sabia. Não dá para imaginar tamanha omissão ou que o governador viva em outro mundo. Ele vai poder se defender, terá direito ao contraditório. O governador vai ter que assumir as suas responsabilidades", comentou.
Amin anotou uma contradição do governador relacionada a datas dos acontecimentos. "É a maior contradição. Quando ele respondeu às perguntas da CPI, ele afirma saber em um dia algo que, em uma live, ele deu a entender que sabia no dia anterior", observou. "A gente espera que ele responda, se explique, mas que também seja responsabilizado pelos atos que por ventura o Executivo tenha responsabilidade, no foro adequado", mencionou o deputado. "A gente espera que ele esclareça os fatos, até porque mais de 70% da sociedade colocou ele lá", completou.
Sobre a CPI, Amin entende que ela teve um papel muito importante. "Colheu mais de 30 depoimentos, foram várias reuniões, fizemos a primeira acareação da história da Alesc. Os desdobramentos são muito importantes. A gente espera que os responsáveis sofram as consequências. O próprio MP mencionou como a compra mais perversa da história, um conluio criminoso entre agentes públicos e privados", destacou.
Amin vê possível relação entre esse relatório final da CPI dos Respiradores e os processos de impeachment de Carlos Moisés. "É mais um processo tramitando, com base nessa compra, que foi desastrosa. A gente espera que os mais de R$ 20 milhões sumidos dos nossos cofres públicos reapareçam. A Justiça vai saber analisar. A gente espera que a Justiça puna essas pessoas que, por ventura, tenham roubado o dinheiro do cidadão", finalizou.