Aprovada a admissibilidade do processo de impeachment na Assembleia Legislativa (Alesc) na última quinta-feira, 17, o governador Carlos Moisés e a vice, Daniela Reinehr estão agora na expectativa da tramitação. Nos próximos dias, o Tribunal de Justiça (TJSC) forma o tribunal misto, com cinco desembargadores mais cinco deputados estaduais que serão designados para essa fase. Será nesta etapa que o afastamento temporário do governador e da vice por 180 dias será confirmado ou não.
Enquanto isso, Moisés e Daniela seguem nos cargos. E o governador tem usado as redes sociais para se posicionar. Na tarde desta segunda-feira, 21, postou que sabia do risco que corria ao intervir em determinados contratos.
"Eu sabia que ao revisar contratos de terceiros com o Governo iríamos incomodar aqueles que se beneficiaram disso ao longo do tempo. Afinal, é dinheiro público que deixa de ser usado para abastecer esquemas de corrupção que estavam consolidados nas estruturas de Estado", postou Moisés. "Foi para pôr fim a isso que os catarinenses elegeram Moisés e Daniela. E é também por causa disso que agora enfrentamos essa tentativa de virada de mesa. O mecanismo está reagindo, e quer voltar ao comando do Estado. Não permitiremos que isso aconteça. Denunciaremos todos", afirmou, em uma rara menção à sua vice, com a qual está politicamente rompido desde os últimos meses do ano passado.
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Na quinta, horas antes da votação, Moisés postou que o processo era político. "Nós, catarinenses, já enfrentamos muitos desafios. Sempre superamos. O mais recente é um processo de impeachment com motivação política. Não seremos coniventes com as práticas que decidimos mudar no dia em que fomos às urnas. É mais um desafio que vamos superar juntos", apontou.
Depois de votado e aprovado o processo pelos deputados, Moisés escreveu que "a justiça e a força do voto do cidadão têm que prevalecer. Não há nenhum ato ilegal do governo no mérito desse processo de impeachment. A única medida justa é o arquivamento dessa questão. É o que acreditamos que vai acontecer". No sábado, 19, reforçou: "não há justa causa nesse processo de impeachment para o prosseguimento ou condenação por crime de responsabilidade. Não teve decisão do governador ou da vice-governadora para o aumento dos procuradores. O governo apenas cumpriu uma decisão judicial".