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No aguardo do TSE, UDN atua pelo Brasil

Em Criciúma, militantes fizeram ato neste sábado, na praça. Criciumense será presidente do Conselho Político Nacional do partido

Por Denis Luciano Criciúma, SC, 22/06/2019 - 15:08 Atualizado em 22/06/2019 - 15:08
Militantes da UDN levam o partido à praça Nereu / Divulgação
Militantes da UDN levam o partido à praça Nereu / Divulgação

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Há exatos dois meses, em 22 de abril, o advogado Marco Vicenzo ingressou no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com o pedido de refundação da União Democrática Nacional (UDN), partido extinto pelo Ato Institucional número 2, de 1965, do governo militar brasileiro. Trata-se do terceiro pedido formalizado nos últimos anos para recriação da sigla, mas garantem os envolvidos que esse de trata do movimento mais estruturado.

"A ideia não é apenas refundar mais um partido político. A intenção é reativar diante do contexto político atual de incertezas e falta de direcionamento, um movimento comprometido com a sociedade brasileira”, diz Vicenzo. "O objetivo maior é trazer o movimento udenista de volta. Não é somente mais um partido político, é restabelecer um posicionamento que funcionou e que tem tudo para ser efetivo na atualidade, afinal seremos o único partido verdadeiramente de direita no Brasil”, afirma.

O advogado coloca que o PSL, do presidente Jair Bolsonaro, não representa uma direita legítima. "Com todo o respeito, o PSL não é um partido conservador, de direita. É o maior partido da bancada da Câmara, mas isso não faz ele ser um partido de direita. E a UDN, sim. Tem história", afirma.

Marco Vicenzo, presidente da UDN Nacional

A UDN coletou mais de 500 mil assinaturas em nível nacional para chancelar o pedido. Se o TSE não der retorno positivo, Vicenzo promete ingressar com um recurso. Clique aqui e confira o pedido de refundação do partido encaminhado ao TSE.

Criciúma na UDN

O presidente da Fundação Cultural de Criciúma (FCC), Julio Lopes, é a principal liderança da refundação da UDN em Santa Catarina, tanto que está colocado como presidente estadual do futuro partido. Em encontro nacional marcado para o próximo dia 24 de agosto, Lopes será confirmado presidente do Conselho Político Nacional da UDN. Se os prazos permitirem, o partido tem intenção de participar já das eleições do ano que vem.

Militantes da UDN estiveram na praça Nereu Ramos na manhã deste sábado, expondo materiais e informações e conversando com a população sobre o retorno do partido.

Confira tambémPresidente da UDN: "esse Bolsonaro faz coisas"

Defensores da UDN na praça Nereu neste sábado

Julio Lopes tem sublinhado bastante alguns nomes históricos da UDN. Em ato pró-Jair Bolsonaro no último dia 26 de maio, o presidente da UDN participou usando uma camiseta do partido na qual constavam imagens de lideranças udenistas históricas, como Carlos Lacerda e Diomício Freitas. Nas costas da camiseta o "corvo", uma menção ao apelido de Lacerda.

Julio Lopes com camiseta da UDN em ato por Bolsonaro no fim de maio / Foto: Denis Luciano / 4oito

Sobre as raízes históricas da refundação da UDN, chama a atenção a data marcada para o Encontro Nacional, já que 24 de agosto foi o dia do suicídio do presidente Getúlio Vargas em 1954, na época em que Carlos Lacerda, principal liderança udenista de então e governador do Estado da Guanabara, se colocava como maior adversário do governo Vargas e denunciava o presidente em seu jornal, o Tribuna da Imprensa.

Entrevista - Marco Vicenzo, presidente da UDN Nacional

 

por Carolina Cruz, Destak Jornal

 

Quais são os principais argumentos para que a refundação da UDN seja possível juridicamente?
 

É importante destacar a possibilidade jurídica do pedido é em razão da constitucionalidade. Temos batido bastante nessa tecla, porque nós estamos pedindo a anulação da resolução do TSE que foi baseada e fundamentada no AI 2 [de 1965], que na época extinguiu todos os partidos políticos. Essa resolução precisa ser expressamente revogada. Com essa revogação, automaticamente, a UDN poderia voltar para as suas atividades políticas. 

 

Quando surgiu a ideia para entrar com o pedido de refundação no TSE?
 

A ideia surgiu devido a essa lacuna política que existe. Nós não temos nenhum partido de direita no Brasil hoje e não tem como falar em democracia sem um partido de direita. A direita está calada no Congresso Nacional. É preciso ter uma partido que defenda e que levante as bandeiras conservadoras, para a gente realmente possa falar em democracia. 

 

Por que a UDN é o único partido efetivamente de direita no Brasil?
 

Não existe nenhum outro. Desde a Constituinte, desde a redemocratização não existe nenhum partido originariamente de direita. Com a máxima vênia e com o enorme respeito, o PSL não é um partido de direita. Mesmo que ele queria mudar, mesmo que ele queria reformular todo o seu estatuto e seu programa, não vai ser o partido originariamente de direita. Pode ser que ele vire um Frankenstein, e aí pareça mais uma colcha de retalhos, e consiga, quem sabe, se tornar um partido com o estatuto que precisa pelos ideais de direita. [Já] a UDN, tem um legado histórico de defesa das bandeiras direitistas e conservadora e isso o torna o único partido de direita do Brasil.

 

Em recente artigo publicado, você afirma que a UDN poderia proporcionar um "futuro político melhor". O que seria esse futuro melhor?
 

Seria um futuro em que a democracia seja realmente respeitada e para a gente possa respeitar o Estado democrático de direito, a gente precisa realmente ter esses princípios democráticos muito bem segmentados. É importante destacar, que eu sempre tenho confrontado a respeito sobre a forma de fazer política. Hoje em dia, a política se perdeu. Não digo que ela se perdeu na internet, mas ficou muito viciada em razão dos meios digitais. As pessoas tem feito política pela internet e o relacionamento político se esfriou. Temos que ter todo esse aparato de articulação política - no bom sentido, porque essa palavra foi demonizada. Não se faz política sem relacionamento. 

 

O que você destaca como um dos principais feitos da história da UDN?
 

Principalmente a luta contra o comunismo, o antigetulismo, e o que ninguém fala a respeito da ditadura. Existia uma ditadura da época de Getúlio Vargas que não é questionada. As pessoas falam da ditadura militar, mas não falam da ditadura da Era Vargas. A UDN combateu de frente, confrontou toda essa ditadura, que não é falada. 

 

Há quem diga que a família Bolsonaro esteve interessada no partido, isso procede?
 

Sobre a especulação em torno da família Bolsonaro, é importante deixar claro que o que eu especifiquei - e foi inclusive em uma entrevista ao O Globo - é que eu vejo como uma via natural a chegada da família Bolsonaro, tendo em vista que não existe nenhum outro partido de direita no Brasil o nosso partido, a UDN, seria ao único. A família Bolsonaro e o presidente da Republica, que levantou as bandeiras direitistas e conservadores, seria mais que óbvio que tivesse esse interesse de vir para o partido. Mas digo isso como algo que eu acredito, e não algo já que aconteceu.

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