Criciúma vai finalmente construir uma nova sede para a Câmara de Vereadores. Foi com essa convicção que a vereadora Roseli de Lucca Pizzolo (PSDB) saiu da reunião com os seus colegas nesta segunda-feira (7). "Estávamos quase todos, faltaram uns dois ou três colegas, mas todos os presentes concordaram que a cidade tem essa necessidade", explicou a presidente. "Sempre entendi que deveríamos ter uma sede nova", reforçou, apontando a sua opinião que não vem de hoje. "E o prefeito gostou da ideia", completou.
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Já há, inclusive, um possível local apontado para abrigar a Câmara. "Na região do Paço, em uma espécie de área dos três poderes", detalhou. A intenção exposta pela vereadora é construir a nova sede no terreno onde esteve, até fevereiro de 2020, a antiga pista de skate, ao lado do Ginásio Municipal Valmir Orsi, no complexo do Parque Centenário. Esse terreno encontra-se desocupado na Avenida Santos Dumont, entre o Centro de Eventos José Ijair Conti e o estacionamento do Teatro Elias Angeloni. "Perto da prefeitura, perto do Fórum, da Amrec. Uma região com estacionamentos, com linhas de ônibus, com bons acessos", ponderou Roseli, em entrevista na manhã desta terça-feira (8) ao programa Conexão Sul, na Rádio Som Maior.
A ideia inicial dos vereadores era tratar do assunto internamente. Porém, durante a sessão desta segunda um comentário do vereador Miguel Pierini (PP) fez chamar a atenção para as tratativas. "Quero parabenizar a presidente pela iniciativa dessa conversa com o prefeito Clésio Salvaro dessa nova sede para a Câmara de Criciúma", resumiu. Mais nenhum parlamentar tocou no assunto na sequência.
"Já falei com a Secretaria de Infraestrutura para fazer um projeto", adiantou Roseli. "Sabemos que aquela área do Paço tem muito barro para a fundação, vai ter que fazer uma fundação muito bem feita pelo tipo de solo que temos ali. Vamos pedir um projeto enxuto, que não demore muito, o arquiteto André Laitano já visitou algumas Câmaras, em Florianópolis, Araranguá, e tem uma ideia do que seria uma Câmara. Ele que fez o projeto anterior, vai pegar aquele projeto e refazer para outro local", observou.
De onde buscar dinheiro
A questão agora é buscar recursos. "Ontem fizemos uma reunião, os vereadores que estavam foram a favor, inclusive se colocaram à disposição para conversarem com seus deputados para conseguir alguma emenda parlamentar, para o dinheiro não sair totalmente da prefeitura. Que tenhamos captação com os deputados", explicou. "Dois ou três vereadores não estavam presentes, não sei deles. Sei da opinião do vereador Arleu, que é contra a construção, é o único que até agora se colocou contra", emendou.
De fato, em 2021 o vereador Arleu da Silveira (PSDB), então presidente do Legislativo, engavetou a ideia, que havia avançado com o seu antecessor na presidência, o vereador Miri Dagostim (PP), que havia conseguido junto ao Serviço de Patrimônio da União (SPU) a cedência da antiga sede do Ministério Público do Trabalho (MPT) que acabou destinada à Secretaria de Educação, da qual Miri é o titular atualmente. "Para a Secretaria de Educação é perfeito", relatou a presidente, ponderando que ali seriam necessárias muitas obras.
"Vamos construir, o prefeito está disponível, gostou da ideia, de uma Câmara funcional, que atenda as necessidades da população, com espaço de auditório que pode ser usado tanto em sessões quanto pela população, para palestras, cursos. Importante é que saia logo a nova sede" comentou Roseli. "A cidade é organizada, os poderes organizados, a nossa prefeitura também. Só está faltando uma Câmara condizente com o tamanho da cidade", frisou.
R$ 500 mil anuais em aluguel
A presidente lembrou o gasto mensal que o Legislativo tem com aluguéis. "Gastamos por ano R$ 500 mil em aluguéis e condomínio. Em dez anos ela se pagaria e encerraria o assunto. Já temos reuniões agendadas com deputados para tentar emendas", detalhou. A possibilidade de usar a devolução anual que a Câmara faz ao Executivo encontra um porém: a posição do prefeito Salvaro.
"A Câmara tem uma administração enxuta, não esbanja, e se procura todos os anos devolver uma boa quantia. É um dinheiro que poderia ser pensado, mas volta para a prefeitura que usa. O dinheiro pode ser esse ou outro dinheiro, desde que canalizado pela prefeitura", afirmou. Outra fonte de recursos para a obra será, também, o conjunto de salas que a Câmara tem a posse na atual sede, no Centro Profissional, cujo valor de mercado supera os R$ 2 milhões.
O Município não precisará investir na compra do terreno em questão, já que a área pertence à prefeitura. "Vejo em condições de começar esse ano ainda e inaugurar ano que vem, no máximo no outro ano. Toda aquela área pertence ao Município. Houve espaços cedidos para a Amrec e o Fórum", finalizou.
Ouça a entrevista da presidente à Rádio Som Maior no podcast: