Novo presidente da Câmara de Criciúma, o vereador Tita Beloli (MDB) esteve na Rádio Som Maior nesta quinta-feira, 9, em entrevista para o Programa Adelor Lessa. Projetando o ano que terá pela frente, Tita falou sobre duas questões que movimentaram o debate político, especialmente no segundo semestre, na cidade. A diminuição do repasse do duodécimo para a Câmara e o número de assessores de cada vereador.
No ano passado, a Câmara de Vereadores devolveu um valor recorde para o municípío, de R$ 8,1 milhões. O alto valor é referente à economia que o legislativo fez em relação à verba que recebe do executivo. O duodécimo é um valor fixo de 5% do orçamento municipal anual, que a Câmara recebe para uso interno.
Tal economia gerou o debate: por que não reduzir esse percentual? Na fala de Tita nesta quinta-feira, tal iniciativa pode partir do legislativo no ano que vem.
"A minha proposta seria de reduzir o duodécimo, por que não, tem que conversar com o prefeito Salvaro, mas a Câmara pode fazer esse gesto", disse. Uma das propostas que circulou foi de um corte em 50% do valor. Tita, porém, preferiu não entrar em valores. "Não posso falar em percentual, seria uma irresponsabilidade minha. A gente tem que zelar pelo trabalho da casa. É uma situação técnica, tem que trabalhar", afirmou.
Outra situação que pode mudar é a forma como a devolução é feita para a prefeitura. A ideia de Tita é de que ele possa ser feita trimestralmente. "Minha proposta é de que a cada dois ou três meses a gente possa devolver recursos, mas a prefeitura tem que mostrar onde tá investindo. Não é para colocar dinheiro no banco".
Assessores
Mesmo com o alto valor economizado pela Câmara, surgem situações para que ele seja ainda maior. Dentre as possibilidade levantadas pela Forcri, em novembro do ano passado, está a redução do número de assessores de cada vereador: de dois para um. Tita posicionou-se contrariamente a essa redução.
"Algumas pessoas criticam os vereadores, vão para as redes sociais. Meu gabinete está à disposição, eu convido para conhecer. Temos que ter responsabilidade e compromisso, nós não estamos no legislativo para brincadeira. Nós precisamos (de 2 assessores), tem um que anda comigo e outro fica no gabinete. A gente visita entidades, como nossos hospitais de referências, por exemplo", destacou.
Eleição
A polêmica da eleição para a presidência da Câmara foi a retirada dos vereadores do PSD na sessão de votação. A alegação dos vereadores foi de que teria havido influência do Paço Municipal na eleição. Tita amenizou a situação e falou que continua exercendo o papel de fiscalizador da gestão municipal. Lembrou, inclusive, da goleira que tem um pilar no meio.
"Várias situações a gente precisa dar uma olhada. Principalmente o que vazou, o cara colocar um goleiro fixo (na trave). O prefeito não deve ter visto isso. Se a empresa não cumpriu o que tinha que ser cumprido, que troque a empresa. Cobro também as empresas que fazem asfalto, ali no Morro Estevão já cobrei. Cobramos e vamos continuar cobrando", prometeu.
O presidente da Câmara não quis comentar sobre a decisão. "Foi uma decisão partidária. Essa questão do PSD é deles, não é minha. Gosto dos vereadores do PSD, tratarei todos iguais. O que passou, passou", concluiu.