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O caminho dos pedidos de impeachment

Carlos Moisés da Silva enfrenta cinco pedidos protocolados na Alesc

Por Redação Florianópolis, SC, 15/05/2020 - 17:17
Fotos: Divulgação
Fotos: Divulgação

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O governador Carlos Moisés da Silva (PSL) enfrenta cinco pedidos de impeachment na Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc), todos protocolados neste ano. Na última terça-feira, 12, dois foram somados a outros três que já haviam sido apresentados. Em dois dos cinco pedidos, a vice-governadora Daniela Reinehr também é citada.

O trâmite dessas solicitações está previsto no artigo 342 do Regimento Interno da Assembleia, que trata dos processos de crime de responsabilidade do governador, vice, secretários de Estado e procurador-geral do Estado. As representações por suposto crime de responsabilidade são direcionadas ao presidente da Assembleia e devem ser fundamentadas e acompanhadas dos documentos que apontem as supostas ilicitudes.

O presidente da Assembleia, Julio Garcia (PSD), encaminha o pedido de impeachment para análise da Procuradoria Jurídica da Casa, que verificará se a representação atende aos requisitos formais e legais necessários para a instauração de um processo de impedimento. Cabe ao chefe do Poder Legislativo, com base na manifestação da procuradoria, receber ou não o pedido para instauração do processo contra o governador e/ou demais agentes políticos.

Prazo para prestar informações

No caso de recebimento da representação, o governador e os demais citados terão 15 dias prestar informações sobre os supostos crimes. Ao mesmo tempo, será criada na Assembleia uma comissão especial, formada por nove deputados, que analisará e emitirá parecer sobre o pedido. O prazo para a apresentação desse parecer pode chegar a 60 dias, contados a partir da instalação da comissão.

São necessários 27 votos

O parecer da comissão especial deverá resultar na elaboração de um projeto de decreto legislativo (PDL) pelo recebimento ou não da representação contra o chefe do Executivo e os demais citados. Se o PDL concluir pelo recebimento do pedido de impeachment e for aprovado por 2/3 dos 40 deputados (27 votos), o governador e os demais citados são afastados dos cargos e o substituto constitucional assume a chefia do Poder Executivo Estadual. Nos demais casos, a representação é arquivada.

Os pedidos

O primeiro pedido de impeachment foi apresentado em 13 de janeiro pelo defensor público Ralf Zimmer Junior e tinha como alvos o governador, a vice-governadora, o secretário de Estado da Administração e a então procuradora-geral do Estado. O motivo era a concessão de aumento salarial para os procuradores do Estado, visando à equiparação com os vencimentos dos procuradores da Assembleia, sem a devida previsão legal. O pedido não foi recebido.

Ralf Zimmer Junior foi o primeiro a entrar com pedido de impachment contra o governador

Nesta semana, Zimmer Junior apresentou recurso contra o não recebimento e solicitou o apensamento à representação apresentada pelo deputado Ivan Naatz (PL), na última terça-feira. A solicitação, dessa vez, atinge governador e vice-governadora e leva em consideração decisão do Tribunal de Contas do Estado (TCE-SC), da última segunda-feira, 11, que decidiu pela ilegalidade do reajuste dos procuradores do Estado. Esse pedido deve ser encaminhado para análise da Procuradoria Jurídica da Alesc.

Em 14 de abril, Alexander Alves Pereira e Maycon Marcelino da Silveira entraram com representação contra o governador com base nos decretos restritivos em função da Covid-19, em gastos de publicidade do governo, na iluminação cênica da Ponte Hercílio Luz e na instalação do Hospital de Campanha de Itajaí. Em 6 de maio, pelos mesmos motivos, acrescentando-se a compra dos 200 respiradores artificiais, Leonardo Gabriel da Silva e João Ricardo Padilha Santos apresentaram outra representação contra Moisés. Os dois pedidos estão sob análise da Procuradoria Jurídica da Alesc.

Por fim, na última terça-feira, os deputados Maurício Eskudlark (PL) e Ana Campagnolo (PSL), além de Jeferson da Rocha e Newton Patrício Crespi, apresentaram denúncia por crime de responsabilidade contra o governador por vários motivos, entre eles os decretos restritivos em virtude da Covid-19, a instalação do Hospital de Campanha e a compra dos respiradores. O pedido também está sob análise da procuradoria da Alesc. 

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