O sumiço recente de ao menos seis cadelas das ruas de Siderópolis - animais que recebiam os chamados cuidados comunitários de membros do Instituto de Defesa dos Direitos dos Animais de Siderópolis (Iddasi) - acendeu o alerta. E chegou à Polícia Civil a denúncia contra um homem de 65 anos que estaria raptando e abusando sexualmente dos cães.
"Começamos a investigar esse caso em maio. Autuamos um senhor por isso, mais de uma vez já. Agora falaram que haveria testemunha do abuso, estamos intimando essas pessoas", confirma o policial civil Frank Willy Vieira, responsável pela delegacia de Siderópolis.
Mas o crime de abuso contra animais é enquadrado como de menor potencial. "Tem pena máxima abaixo de 2 anos e não admite prisão preventiva. Vamos encaminhar esses autos para a Comarca de Criciúma. Não podemos pedir a prisão pois a legislação brasileira proíbe em caso desse, anterior a uma condenação", explica. "Para o Código Penal, esse crime tem a mesma gravidade de ameaça e injúria", reitera, ressaltando que dois Termos Circunstanciados (TC´s) já foram lavrados contra o acusado.
Uma nova autuação será registrada. "Ele pode pagar com cestas básicas ou serviços comunitários, conforme o encaminhamento que o Ministério Público der", destaca. "A legislação dificulta a nossa atuação em um caso como esse", enfatiza o policial. "Há uma indignação forte aqui na cidade, uma repercussão até maior que a de um homicídio que ocorreu na semana passada e ainda estamos investigando", conta.
O autor dos ataques aos animais é conhecido na cidade como "papa cadelas". Integrantes do Iddasi, a ONG de cuidados com os animais de Siderópolis, demonstram indignação nas redes sociais e pedem punições mais severas.