2020 foi um ano extremamente tumultuado na política catarinense, não apenas por conta da pandemia de Covid-19 mas, também, pelos dois pedidos de impeachment contra o governador Carlos Moisés que, de certa forma, se arrastam até hoje. Em entrevista concedida à rádio Som Maior na manhã desta quinta-feira, 14, o senador Esperidião Amin (PP) falou sobre a relação com o governo do estado e criticou a forma como ambos os processos impactaram negativamente no cenário estadual.
Segundo Amin, o pedido de impeachment por conta da equiparação salarial dos procuradores do estado foi “uma crueldade com o povo catarinense”. “Um governo imobilizado por um projeto político que pretendia imobilizar o governo, o que havia era um projeto para ocupação de cargo sem votos, nunca escondi isso”, disse.
O senador afirma que lembra do dia em que o primeiro pedido veio à tona, em 22 de julho, quando autoridades, incluindo o governador, estavam em reunião com o ministro Pazuello reivindicando a compra de materiais, e equipamentos essenciais durante a pandemia, como respiradores e anestesia.
“Neste dia, 22 de julho, foi aberto o processo. Passamos a ter ali um zumbi, um governo manietado. Perdemos discussões importantes como a do carvão, perdemos discussões a respeito de pedágios no sul do estado e sobre o Aeroporto de Navegantes, isso porque a principal figura do estado, que era o governador eleito, uma hora estava afastada e outra lidando com um pedido de impeachment. O estado ficou acéfalo por seis meses”, pontuou.
Relação com o Governo do Estado
A relação do Governo do Estado com parlamentares e demais lideranças políticas mudou consideravelmente depois que Moisés acabou absolvido do primeiro pedido de impeachment. Antes criticado por ser pouco comunicativo e não ouvir deputados e prefeitos, o governador passou a visitar presencialmente a cidade e criar relações importantes com outras siglas da assembleia.
Recentemente, dois nomes do Partido Progressista foram escolhidos para integrar a equipe de governo. O deputado estadual José Milton Scheffer (PP) será o novo líder do governo Moisés na Assembleia Legislativa, e Altair Silva passará a ocupar o cargo de secretário de Estado da Agricultura.
“Tenho que respeitar o desejo do governador de contar como líder de governo alguém como o Zé Milton, que se posicionou politicamente a favor dele. Quanto à participação do deputado Altair Silva, acho que é uma homenagem ao Oeste de SC. Um deputado brilhante, trabalhador, um operário, e vamos colaborar”, ressaltou Amin.