A pesquisadora em estudos de gênero e fundadora da Casa da Mãe Joanna, Joanna Burigo, estará na noite de hoje, a partir das 19h, na Unesc. Falará sobre perspectivas feministas no cinema. Não será uma palestra e sim uma roda de conversa, no Bloco P. A ideia é mostrar um lado diferente, baseado na análise do filme Malévola.
“O departamento de psicologia da Ulbra de Torres entrou em contato comigo, para que a gente pudesse dar essa outra perspectiva. A criação de narrativa do inimigo é presente na humanidade, como no nazismo, que demonizasse os judeus. No filme a gente sabe que a Malévola não é uma bruxa, e sim uma fada”, citou.
Joanna esteve no Programa Adelor Lessa, onde falou sobre a sua visão de mundo como especialista em estudo de gênero. Para ela, o Brasil é um país racista e machista, que segue normas voltadas para a elite. Citou ainda que por aqui as mulheres são “domesticadas” e isso é comum.
“A gente consegue perceber que a partir da Lei Maria da Penha existem mais caminhos para a denúncia. Quando fez dez anos em 2006, ficamos sabendo que a violência contra mulheres brancas caiu 10%, mas contra mulheres negras subiu 50%. É importante para as mulheres saberem que existe proteção institucional”, destacou.
Em relação ao preconceito sexual, frisou a parte de que homem não chora, algo que é dito para os meninos desde pequenos. Joanna falou sobre a relação entre pessoas do mesmo sexo. “Se olharmos outras espécies, existem relações homossexuais. Na nossa sociedade temos a heterossexualidade como norma. O que as pessoas tem como comum é a heterossexualidade e tentam impor esta régua”, concluiu.