O Hospital Materno-Infantil Santa Catarina (HMISC) realizou um procedimento raro: o parto normal de gêmeos e, mais do que isso, de um dos bebês empelicado, ou seja, ainda na bolsa e envolto no líquido amniótico. Na grande maioria das vezes, o parto gemelar é feito por cesariana é com rompimento da bolsa.
A obstetra Camila Biléssimo, que acompanhou todo o procedimento, comentou o assunto ao Programa Ponto Final, da Rádio Som Maior. “Foi emocionante para nós. Fizemos o plantão em dupla e assistimos todo o procedimento do parto, desde a entrada da paciente”, destacou.
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Ela seguiu explicando o procedimento. “O parto normal não é indicado em todos os casos, porque aumenta o risco de complicação. Da maneira que ela foi internada e como estavam os bebês favoreceu o parto, mas não é muito frequente porque durante o trabalho de parto a pressão de contração sobre a bolsa geralmente acaba a rompendo. Então não é frequente ver o bebê nascer dentro da bolsa em parto normal e muito menos em parto gemelar. Tenta-se no mínimo possível fazer a conduta de intervenção. Ele nasceu como ele quis. Ele nasce mais calmo. Foi um parto bonito. Todo parto tem risco e a nossa função é assistir e monitorar para garantir que vão nascer bem. Toda a equipe do hospital estava cuidando para garantir que ocorresse tudo bem”, citou Camila, acrescentando que a diferença do tempo de nascimento entre os dois foi de nove minutos.
Os gêmeos Brayan e Emanuel são filhos de Keila Barbon Henrique e de Gilmar Concatto da Silva, que moram em Forquilhinha. Brayan nasceu às 9h32min com 2,546 quilos e 44 centímetros; Emanuel, às 9h41min, com 2,346 quilos e 44,5 centímetros – e ainda na bolsa amniótica. A literatura médica aponta que o chamado parto empelicado ocorra uma vez a cada 80 mil nascimentos.
O índice de mortalidade de bebês em Criciúma está em 6,5 a cada mil nascido e o HMISC está perto de cinco mil nascimentos.