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Eleições 2020

Os seis vereadores que se tornam suplentes em Criciúma

As despedidas de Tita, Ademir, Júlio Colombo, Feuser, Paiol e Dajori, além do não eleito Potelecki e de Camila, que não concorreu

Por Denis Luciano Criciúma, SC, 20/11/2020 - 12:25 Atualizado em 20/11/2020 - 14:05
Aldinei Potelecki, o líder do governo Salvaro não se reelegeu / Divulgação
Aldinei Potelecki, o líder do governo Salvaro não se reelegeu / Divulgação

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O clima é de despedidas para sete vereadores na Câmara de Criciúma: seis não reeleitos e uma que optou por não concorrer. Camila do Nascimento (PSD) abdicou da tentativa, se empenhou na tentativa de Juarez de Jesus (PSD) e colaborou decisivamente na eleição dele, que já vinha bem cotado e confirmou eleição.

Os demais seis que rodaram nas urnas no último domingo, 15, ocupam suplências. Desde o presidente Tita Belloli (PSDB), o mais votado depois dos seis eleitos pelos tucanos e que, por isso, terá lugar na próxima legislatura. É fato, já reconhecido pelo prefeito Clésio Salvaro (PSDB), que vereadores eleitos estarão no Executivo, ajudando a abrir espaço para Tita e outros suplentes. Tanto que o vereador é, desde esta quinta-feira, 19, e pelos próximos dez dias, prefeito interino de Criciúma.

Tita, o atual presidente, foi primeiro suplente do PSDB. Deve ficar na Câmara

Logo, Tita foi o mais comedido dos seis não reeleitos nas suas despedidas. Postou um vídeo de agradecimento nas redes sociais. "Agradeço os 1.594 votos de confiança. Claro que não ficamos vitoriosos, foi um mandato de muita dedicação, deixamos para a história o ambulatório de atenção às pessoas com fibromialgia e o serviço aeromédico", destacou. "Continuamos juntos, é um momento de reflexão, um novo ciclo, posso ficar mais com a família e os amigos. Estamos juntos", finalizou.

Paiol, o menos votado dos seis

O mais contundente nas despedidas foi o vereador Edson Paiol do Nascimento (PSL). Na tribuna da Câmara, no dia seguinte da eleição, na segunda-feira, 16, além de fazer os agradecimentos de praxe, ele criticou os eleitores que venderam voto e fez um chamado à Justiça Eleitoral, para que fiscalizasse episódios de compras de votos.

Nesta sexta pela manhã, já fora da fervura do pleito, Paiol distribuiu um vídeo de agradecimento. "E agora é momento de agradecer, de gratidão a você que confiou o seu voto, muito obrigado. Quero agradecer imensamente a Criciúma por ter me acolhido. Não conseguimos chegar, não foi dessa vez, mas a vida segue, cabeça erguida. Temos certeza, em todas as minhas reuniões, em todos os meus pedidos de voto, eu sempre dizia e sempre digo, toda a minha vida foi pautada pela direção de Deus", afirmou. "E essa eleição não foi diferente da outra, coloquei na mão de Deus, que fosse feita a vontade de Deus. Não deu certo, não conseguimos entrar, mas a vida segue", destacou.

Paiol e a bronca nos que venderam votos

Paiol fez 478 votos, acabou sendo o menos votado dos atuais vereadores, ficando na sexta suplência do PSL, que elegeu dois vereadores.

Aldinei e o futuro

O vereador Aldinei Potelecki foi um dos mais votados entre os não reeleitos. Teve a décima maior votação de Criciúma mas, mesmo avalizado por mais de 1,5 mil eleitores, não chegou lá. É que faltou voto na legenda, o Republicanos não fez a soma necessária para eleger um vereador. "Eu preciso agradecer a Deus pelos 1.503 votos que eu recebi, como também todos os eleitores criciumenses que me concederam essa votação, me colocando entre os dez mais votados da cidade. Infelizmente, por conta da legenda, não nos permitiu a reeleição, mas eu preciso agradecer, a nossa votação comprova que o nosso mandato foi aprovado pela população. Eu preciso reconhecer esses eleitores", avaliou, na sessão da última segunda no Legislativo.

"E preciso agradecer também todos os candidatos do Republicanos que mesmo sem muitas condições, foram para a rua, pediram votos, foram de casa em casa até a última hora. E também fizeram com que o partido fizesse 3.789 votos, o que é considerável. Infelizmente não foi suficiente para fazer uma cadeira de vereador. E também parabenizar todos os eleitos para a próxima legislatura. Muitos aqui vão continuar, outros não, mas muitos virão", frisou.

Fiel aliado de Clésio Salvaro, tanto que é ainda o líder do Governo na Câmara, Potelecki fez referência ao prefeito. "Preciso parabenizar também o prefeito Clésio Salvaro pela excelente votação, todos os candidatos a prefeito que disputaram a eleição", comentou.

Potelecki é pastor da Igreja Universal do Reino de Deus. Sem mandato, poderá voltar ao exercício das funções religiosas ou, então, é bastante cotado para algum espaço no futuro governo Salvaro. A aguardar. Desde esta quinta, ele está presidente interino da Câmara, no período em que Tita Belloli segue prefeito nas ausências de Salvaro e do vice Ricardo Fabris (PSD).

Ademir vai "vender lenços"

Os 1.584 votos conquistados não foram suficientes para Ademir Honorato conquistar um segundo mandato. Tudo por conta da legenda, já que o MDB fez apenas um vereador, Paulo Ferrarezi. Assim, Ademir será o primeiro suplente de uma bancada de um só. "Enquanto uns choram, outros vendem lenços. Agradeço os 1.584 votos de confiança, fomos o décimo primeiro mais votado dentre quase 300, foi muito importante. Estamos tranquilos. Sentimento de dever cumprido, de um mandato como fiscalizador de verdade", afirmou. "Agradeço a todas as pessoas que me acolheram, me aconselharam, pessoas que estavam sempre ao meu lado", emendou.

Ademir, o primeiro suplente do MDB na próxima legislatura

"Estou feliz e realizado, nesses quatro anos eu pude contribuir e muito com o município. Não só na parte financeira, na fiscalização e muito mais. Isso só o tempo vai dizer, já que muitos não entendem. Lá em 2016, 2017, a gente avisou algumas coisas que estão acontecendo agora com Criciúma. Vou fazer um paralelo, e vou dizer o que vai acontecer até 2025", antecipou. "Esse meu trabalho criou um ranço de algumas pessoas, mas isso me faz crescer muito mais. Quem eu era, quem eu sou, eu cresci muito como pessoa. Eu olho as coisas e algumas vezes eu, de certos pontos, pensei, olhei, às vezes o respeito a um líder de oposição é muito bom, é salutar, às vezes só a conversa e o diálogo fazem crescer", apontou. "Se todo mundo vai pra um lado, o caminhão tomba", destacou.

Ademir é economista e liderança da região da Quarta Linha, onde conquistou mais de 900 votos no domingo.

Júlio Colombo e o adeus

Eleito no primeiro mandato em 2012 pelo PP, reeleito em 2016 pelo PSB, Júlio Colombo tentou o terceiro mandato pelo PL, que teve a nora Júlia Zanatta como candidata a prefeita e o filho dele, Guilherme Colombo, como um dos principais articuladores. "Quero parabenizar os vereadores eleitos, os reeleitos e aqueles que como eu não obtiveram sucesso nessa empreitada. Gostaria de deixar registrado o meu agradecimento à Júlia Zanatta pela coragem, por se oferecer como uma nova opção. Eu sempre aprendi que um homem deve andar com a sua consciência, e quando a sua consciência estiver tranquila, ele estará bem, e graças a Deus eu não tenho esse problema de consciência", garantiu o vereador.

"Durante oito anos desenvolvi meu trabalho na Câmara sem participar de qualquer tipo de coisa que não fosse normal", destacou Colombo. Ele apontou uma tristeza com o resultado de domingo. "A única tristeza que eu tenho nesse pleito é que o distrito do Rio Maina, do centro em direção ao norte, infelizmente não fez vereador, fez suplentes, e todos sabemos como é importante uma representatividade política de uma região, é a mágoa que carrego, o nosso Rio Maina não elegeu nenhum candidato. Talvez tenha sido uma estratégia e intencional", observou. 

Júlio Colombo, terceiro suplente do PL a partir de 2021

Colombo teve dificuldades na campanha, por conta de limitações relacionadas à saúde. "Não poderia deixar de agradecer os meus fiéis eleitores. Eu fiz uma opção por campanha dentro daquilo que a condição sanitária impunha, eu praticamente só atuei nas redes sociais e foi isso que o povo escolheu, é isso que o povo vai ter", sublinhou. Ele fez 655 votos, ficando como terceiro suplente do PL, que elegeu apenas o vereador Pastor Jair Alexandre.

Feuser e a coragem

Os 1.105 votos conquistados fizeram de Daito Feuser o quinto suplente do PSDB. Pode ser que, em algum rodízio futuro, ele tenha a oportunidade de exercer mandato, mas a chance é remota. "Vou na mesma linha, agradecendo a Deus que nos deu saúde para que a gente, numa época de pandemia, tivesse na rua e até o fim da campanha. Quero agradecer a minha família, a todos que participaram intensamente na nossa campanha. Agradecer as pessoas que nos receberam. É difícil em um período como esse entrar nas casas, e quando as pessoas abrem devemos agradecer", frisou.

Feuser passa a quinto suplente da bancada tucana

Para Feuser, foi necessário ter coragem para pedir votos no atual momento da política. "Tem que ter coragem, quando vai para a disputa, coloca a cara à tapa. Só sabe o que é ser vereador quem está aqui, que muitas vezes o outro lado critica mas não está na pele de tomar decisão. Todo mundo deveria passar por um período para saber o que é estar aqui", comentou. "Quero agradecer aos 1.105 amigos que nos apoiaram, que votaram em nós e agradecer todos aqueles que não votaram mas estiveram conosco, ouviram a gente", emendou o vereador tucano.

Outro do PSDB também não reeleito foi Moacir Dajori, que ficou na sétima suplência com 886 votos.

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