Documentos policiais da Polícia Federal alegam que um refinador italiano comprou ouro de uma empresa que o adquire ilegalmente na região da floresta amazônica e forneceu o metal para quatro das maiores empresas de tecnologia do mundo.
Registros públicos de Amazon.com, Apple, Microsoft e da controladora do Google, Alphabet, nomeiam a empresa privada italiana Chimet como fonte de algum ouro usado em seus produtos. As empresas de tecnologia costumam usar pequenas quantidades do metal em placas de circuito para eletrônicos de consumo.
Segundo documentos policiais obtidos pela organização de jornalismo investigativo Repórter Brasil e analisados pela Reuters, a Polícia Federal alega que a Chimet comprou milhões de dólares em ouro da empresa CHM do Brasil, que supostamente adquiriu o metal precioso ilegalmente de garimpeiros.
A CHM do Brasil, respondendo a perguntas por meio de um advogado, disse que todo o seu ouro foi adquirido legalmente com documentação adequada.
Um representante da Chimet disse que a empresa cortou relações com a CHM ao saber das alegações em outubro de 2021, quando a polícia realizou operações em nove Estados brasileiros e no Distrito Federal visando a CHM e outros supostamente envolvidos no comércio ilegal de ouro.