Com o surto da meningite na região Sul Catarinense, os pais partiram em busca de vacinação para os filhos. A produção é demorada e os laboratórios registram falta. As doses da rede pública são produzidas pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e as da rede privada são importadas dos Estados Unidos ou da Europa.
“As pessoas acreditam em tudo que roda por essas redes sociais. A maior baboseira é que os pais não querem mais vacinar as crianças porque elas estão morrendo. Esses pais não tiveram o azar de ter um filho com meningite, com H1N1 e tantas outras doenças que existem. As pessoas precisam vacinar as crianças”, disse o farmacêutico bioquímico Márcio Búrigo.
As vacinas possuem validades de até seis meses, geralmente. Algumas vezes ficam trancadas nos portos, devido a burocracia até a chegada nos laboratórios, fazendo com que até percam a validade. Se isso acontecer, imediatamente elas são descartadas. Búrigo sugeriu até mesmo que passe a ser crime não seguir a tabela de vacinação.
“É uma deficiência que o Governo Federal tem. Isso faz com que as pessoas precisem buscar a rede privada. Na região, dois casos de meningite já foram divulgados. As pessoas entram em pavor, quem segue o rito das vacinas basta ter a carteirinha em dia. A vacina é algo muito maior do que compulsório e obrigatório”, afirmou.
O problema parece mesmo ser os atrasos nas datas corretas para as vacinações. Especialistas em saúde dão outra justificativa: os pais jovens não eram nascidos na época dos surtos de doenças, como a poliomielite, por isso não dão tanta importância para as vacinações.
“Se todo mundo seguisse o calendário normal, o sistema de compras e de vacinação funcionaria normalmente. Quando acontece um surto como este, toda a população resolve comprar a vacina no mesmo dia. Com uma programação normal dos pais não teríamos problemas de distribuição”, comentou.