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Para Janot, fala de Moro causa "perplexidade"

Ex-procurador da República definiu que há uma "pandemia institucional" e interesse em atingir órgãos de controle

Por Denis Luciano Brasília, DF, 24/04/2020 - 16:17 Atualizado em 24/04/2020 - 16:21
Foto: Divulgação
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Figura importante em recentes crises institucionais, como o impeachment da presidente Dilma Rousseff, o ex-procurador Geral da República, Rodrigo Janot, recebeu com perplexidade as declarações do agora ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, que desligou-se do governo Jair Bolsonaro nesta sexta-feira, 24, ao afirmar que "o presidente queria informações de investigações da Polícia Federal", além de outras manifestações de impacto.

"Estou vendo com muita perplexidade essas afirmações do hoje ex-ministro da Justiça e Segurança, no que se refere a uma tentativa de interferência nas instituições e nos órgãos de controle. É assustador isso. É muito prematuro falar sobre tipos penais. O que houve foi uma declaração de um ministro que tinha uma relação interpessoal com o presidente da República e ele faz algumas revelações de muita perplexidade", afirmou, em entrevista à Rádio Gaúcha. "Mas para a gente falar em imputação de crimes teria que aprofundar um pouco mais no que ele quer dizer com as informações que efetivamente se tem de indícios do que foi dito", ponderou.

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Para Janot, um possível interesse político em um desmonte institucional de órgãos de controle não é saudável para a República. "Restou uma insinuação de que isso não seria só sobre a Polícia Federal, que é um órgão sério e eficiente. Passaria, no início, pela PF, para haver uma contaminação política em um trabalho que é técnico, de uma polícia judiciária. O que ficou um pouco mais amplo nessa insinuação é que isso seria, na verdade, uma pandemia institucional. Haveria um interesse em atingir todos os órgãos de controle", reforçou o ex-procurador Geral. "Obstrução de Justiça é um crime muito grave", completou.

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Questionado sobre possíveis crimes praticados por Bolsonaro, Janot observou que "o procurador geral da República deve ter uma atuação firme e direcionada a esclarecer todos os fatos". Ele emendou lembrando que "a Constituição não permite a investigação de presidentes no exercício do mandato por atos praticados fora do mandato. Esses revelados, em tese, foram revelados no exercício do mandato, portanto passíveis de investigação sim".

Janot finalizou destacado que "pelo relato do ministro Moro, é que a Polícia Federal seria o primeiro órgão de controle a ser impactado, mas que outros órgãos de controle também seriam", e lembrou uma ação do começo do governo Bolsonaro - a troca de titularidade do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras". "O início dessa pandemia aconteceu lá no Coaf, quando se retirou o Coaf do Ministério da Justiça, de onde não deveria ter saído, e mudando funcionalmente o Coaf", arrematou.

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