O Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Santa Catarina (SINTE-SC) emitiu nota na tarde desta quinta-feira, 3, repudiando o decreto do governador Carlos Moisés que liberou crianças de até 12 anos do uso de máscaras, inclusive nos ambientes escolares. "A medida nos causou preocupações pois os números ainda não são animadores. No ano passado fizemos uma pesquisa, e o levantamento de dados nas escolas permitiu constatar que os índices de contaminação nas escolas é muito maior que a média no Brasil. A escola é um ambiente de contaminação", afirmou o secretário de Saúde do Trabalhador do SINTE-SC, Evandro Accradolli, em entrevista ao programa Ponto Final, na Rádio Som Maior.
"Em relação aos próprios números que o governo apresenta em seu site também estamos preocupados. Se a gente pegar o anúncio de 16 de fevereiro, o governo colocava preocupação pois havia aumentando 400% de ocupação dos leitos infantis nas UTIs de Santa Catarina", sublinhou. "Os números mostram que há um momento, ainda, de preocupação com esses cuidados", detalhou. Evandro destaco a posição do SINTE, que "exige do governador a revogação do decreto".
O sindicalista apontou, ainda, para os índices de vacinação de crianças e adolescentes que, conforme o SINTE, ainda seguem baixos em Santa Catarina. "Outra questão que buscamos junto ao governo, que é uma medida que os órgãos de saúde orientam, é a questão da vacinação. Em Santa Catarina, apenas 28% desse público de crianças e adolescentes foram vacinados. Nós precisamos chegar no mínimo em 80% para que a gente tenha segurança", argumentou. "Se a gente puder salvar a vida de uma criança, já vale o esforço coletivo", sublinhou.
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Accradolli criticou, ainda, a falta de diálogo entre o Governo do Estado e a Secretaria de Educação com a comunidade escolar. "Acreditamos que o governo tem que dialogar mais com a comunidade escolar. Tanto o governador quanto o secretário Vampiro adotaram um meio de se comunicar via redes sociais e decretos. É preciso dialogar mais com a comunidade escolar e a área da saúde", afirmou.
O dirigente do SINTE confirmou que o dia foi de muitos debates e informações desencontradas nas escolas. "Hoje foi um debate muito grande nas escolas, diretores preocupados, se realmente flexibiliza ou não, como lidar com essas questões, com as pessoas que querem se proteger e com as que querem flexibilizar. Criou um desconforto que talvez essa transição precisaria ser mais conversada, dar mais segurança para os gestores", comentou. "A medida não tem base científica e é eleitoreira", arrematou.
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