A CPI dos Respiradores da Alesc, nesta quinta-feira, teve dois lados distintos, um que mostrou as falhas no processo de compra de 200 aparelhos ao custo de R$ 33 milhões, pagos antecipadamente pelo Governo do Estado, e outro do depoente negando a participação em qualquer etapa de aquisição.
Para o presidente da CPI, deputado Sargento Lima (PSL), fica evidenciado a tentativa de se proteger alguém. "Ou tentam proteger uma determinada figura ligada diretamente a alguma irregularidade do contrato ou então uma sensação muito grande de desorganização na celebração do contrato. É muito prejudicial ao estado porque estamos enfrentando uma crise a nível nacional. Já são 11 estados com irregularidades e se questiona muitas vezes porque o presidente Bolsonaro acabou por vetar a destinação de recursos federais para estados e municipíos", enfatiza.
O dono da empresa Exxomed, Onofre Rodrigues Neto, único certificado no Brasil para vender e dar o suporte técnico dos aparelhos comprados na China, disse que o depoimento da servidora Márcia Pauli, que exerceu o cargo de superintendente de Gestão Administrativa, “não foi verdadeiro do começo ao fim”. Onofre disse que nunca teve negócios com o Estado de Santa Catarine e nem com outro Estado da Federação e que participou de uma reunião na Defesa Civil cuja discussão seria o aluguel de respiradores, e não de compra. O empresário declarou ainda que, ao saber da compra feita à Veigamed, enviou e-mail à Secretaria da Saúde alertando que a fabricante chinesa não havia recebido nenhuma proposta catarinense para compra de aparelhos.
Já o secretário da Saúde, André Motta Ribeiro, negou qualquer participação no processo de compra dos aparelhos. Ele admitiu que recebeu o e-mail do empresário Onofre, porém o encaminhou ao setor jurídico da secretaria sem abrir os anexos. O alerta feito pelo empresário estava no texto de abertura e não nos anexos. Além disso, o secretário não esclareceu qual foi a resposta do setor jurídico e nem a providência adotada a partir dela.
O presidente da CPI, deputado Sargento Lima, acredita que a acareação, programada para a próxima terça-feira, irá elucidar contradições de depoimentos colhidos pela comissão. Na terça, a acareação envolverá Márcia Pauli e os secretários Helton Zeferino (Saúde) e Douglas Borba (Casa Civil). "O trabalho do presidente é dar celeridade e dar tranquilidade para que os deputados possam perguntar e disipar as duas dúvidas. Todos estão muito bem preparados, ou tiveram acesso a todas informações ou depoimentos dos outros e isso acontece porque há a transmissão ou pelo processo e assim toda a defesa pode trabalha", finaliza.