Da origem enquanto líder comunitário do Bairro Sangão, com formação em Contabilidade, o à época jovem Acélio Casagrande logo chamou a atenção nos meios políticos e, no início dos anos 90, assinou ficha no PMDB. O então prefeito Eduardo Pinho Moreira o fez chefe de Gabinete entre 1993 e 94. Ali iniciava uma longa história encerrada nesta sexta-feira. Acélio está se desfiliando do atual MDB, partido no qual militou por quase trinta anos, para assumir pela terceira vez a Secretaria Municipal de Saúde de Criciúma.
A saída do partido foi uma das condições definidas na tarde desta sexta-feira, 31, para aceitar o cargo, a convite do prefeito Clésio Salvaro, em substituição à secretária Francielle Gava, que demitiu-se. Acélio foi secretário de Saúde entre 1994 e 95, ainda no governo Eduardo Moreira, e entre 1997 e 2000, na gestão Paulo Meller, também do PMDB. No intervalo, entre 95 e 96, dirigiu a Secretaria Municipal da Fazenda. Elegeu-se vereador em 2000, sendo o mais votado naquele pleito com 3.902 votos.
Sempre que questionado sobre sua experiência na gestão em saúde, lembra do êxito da implantação do Plano de Saúde da Família nos anos 90, e da ampliação das redes de postos. Agora, terá como missão agilizar um sistema que vem desgastado por longas filas de espera, tanto por consultas nos postos quanto por procedimentos e exames.
Foi secretário de Desenvolvimento Regional entre 2003 e 2008, com breves intervalos. Em um deles, entre março e agosto de 2007, exerceu mandato de deputado federal, na condição de suplente da bancada do PMDB. Voltou à Câmara Federal entre junho e outubro de 2008. No mesmo ano, concorreu a prefeito pelo PMDB, tendo o médico Celso Menezes (então no PFL) como candidato a vice. Terminou a disputa, vencida por Clésio Salvaro, em terceiro lugar, com 22.578 votos.
Em 2010, candidatou-se a deputado estadual, não sendo eleito. Foi secretário de Estado da Articulação Nacional entre 2011 e 2012 e secretário-adjunto de Saúde do Estado entre 2012 e 2015. Concorreu a vice-prefeito de Criciúma em 2016, como vice de Márcio Búrigo (PP) e perdeu a disputa novamente para Clésio Salvaro. Voltou à Secretaria de Articulação Nacional e, em janeiro de 2018, assumiu a Secretaria de Estado da Saúde no mandato do governador Eduardo Moreira. No começo deste ano passou a exercer a direção executiva da Associação dos Municípios da Região Carbonífera (Amrec), função da qual desligou-se nesta sexta-feira.
Acélio Casagrande já participará da reunião de secretariado na segunda-feira, e em breve terá nova filiação partidária, em uma das siglas apoiadoras de Clésio Salvaro visando a eleição de 2020.