O resultado do leilão do trecho sul da BR-101, realizado nesta sexta-feira, 21, em São Paulo, divide opinões nos representantes do sul do Estado. A CCR apresentou o lance de R$ 1,97 de tarifa por praça de pedágio e será a concessionária dos 220 quilômetros que ligam São João do Sul a Paulo Lopes. No total, serão instaladas quatro praças no trecho: em Laguna, Tubarão, Araranguá e São João do Sul.
O deputado estadual Luiz Fernando Vampiro (MDB), afirma que o ideal era ter apenas três praças no trecho. "Tentamos rever todas as questões da quantidade de praças e os valores excessivos. Não foi o que queriamos mas foi aceitável considerando os investimentos anunciados, que a empresa já presta o serviço no trecho entre Passo de Torres e Osório e que o valor teve um desconto de 60%", comentou.
A respeito dos investimentos previstos pela concessionária - de R$ 7 bilhões conforme o edital do Ministério da Infraestrutura -, Vampiro afirmou que ainda não há grandes necessidades como no trecho norte da BR-101, mas que isso já deve ser pensado desde já. "Temos que ficar em cima para que não seja uma empresa que prometa e não cumpra. A mesma agilidade que eles terão para instalação das praças, nós queremos para os investimentou", afirmou o deputado.
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Federais elogiam
O deputado federal Ricardo Guidi (PSD) ficou satisfeito com o valor para cada uma das quatro praças que serão instaladas. "Nossa preocupação era o valor máximo, que ficaria muito acima do trecho norte. R$ 1,97 ficou de bom termo, desde que seja cumprido o que está no contrato", comentou Guidi. O deputado federal Daniel Freitas (PSL) também se agradou com o resultado do leilão. "Acho que ficou um valor muito bom para Santa Catarina. Diante da situação que o governo colocou, que não teria mais como voltar atrás, ficou um valor justo em relação ao investimento que será feito pela concessionária", analisou.
Acic gostou
Para o presidente da Associação Empresarial de Criciúma (Acic), Moacir Dagostin, o clima é de otimismo. "Estamos entusiamados, ficamos muito contentes com o resultado. Foi bem abaixo do esperado (a tarifa), 62% do valor máximo, não era o que nós pensávamos", lembrou. "Pensamos que agora é a hora da gente fazer nosso papel, e depois fiscalizar a concessão e que as obras sejam realizadas de tal modo que venha a contribuir com o sul, que tenha uma rodovia melhor finalizada, mais segura e monitorada por câmeras, apoio de ambulâncias, tudo que está previsto no contrato", sublinhou. Dagostin lembra que a BR-101 já precisa de uma série de reparos. "Essa é a primeira coisa a ser feita. O importante agora é que a classe empresarial e política estejam unidas para fazer uma fiscalização efetiva", completou.
Fecam não se manifesta
A Federação Catarinense dos Municípios (Fecam), não quis se manifestar sobre o resultado. A assessoria de imprensa informou que "a Fecam não vai analisar o leilão, pois não compete a ela, e é fato consumado". Ontem à noite, por nota oficial, o presidente Saulo Sperotto havia reiterado o questionamento aos critérios para o leilão, lamentando que o ajuizamento de uma ação para embargar o leilão não tenha prosperado.