O deputado estadual Maurício Eskudlark irá protocolar na terça-feira, 12, o pedido de impeachment do governador Carlos Moisés. Segundo o parlamentar, a intenção era realizar a entrega ainda esta semana, mas com o surgimento de novas informações e documentos, o processo será apresentado na Assembleia Legislativa na próxima semana.
"Tivemos o afastamento e a declaração da servidora da saúde, a única afastada. Servidora de carreira, que recebia ordens dentro da secretária. Depois o ex-secretário de Saúde Helton Zeferino, que inicialmente tinha prestado depoimento ao Ministério Público, se reapresentou espontaneamento ao Gaeco, apresentou seu celular, e deu um novo depoimento dizendo que o Governo e a Casa Civil tinham conhecimento e que por lá era feito os contratos de aquisição e por ordem da Casa Civil foi feito o pagamento e a escolha da empresa dos R$ 33 milhões", apontou Eskudlark.
O deputado acusa que o pagamento foi feito sem nenhuma comprovoação de possibilidade de entrega e até agora sem a entrega de nenhum respirador, o que é proibido por lei. Outro ponto que será abordado no pedido de afastamento do governador é a instalação do hospital de campanha, já cancelado, que teria investimento de R$ 77 milhões. "Na próxima terça-feira protocolamos com todas as provas, testemunhas, inquérito do Gaesco e investigações e apurações feitas pelo Tribunal de Contas. É um documento bem substanciado para que o presidente da Alesc analise e encaminhe para a procuradoria", detalhou o deputado.
Para que chegue ao plenário para votação, o processo precisa passar por diversas etapas e comissões. Aprovado a sua legitimidade, vai para apreciação dos deputados. Para ser afastado, o pedido de impeachment necessita de 2/3 de votos, ou seja, 27 dos 40 deputados precisam votar a favor. Caso o governador seja afastado, quem assume a cadeira é a vice-governador Daniela Reinehr. A Alesc terá 120 dias para apurar os fatos, e Moisés terá direito amplo de defesa.
O deputado Eskudlark, que até o final do último ano era líder do governo na Alesc, comenta no áudio que o momento não é o mais oportuno para um processo turbulento como é o impeachment. "Se o governo estivesse num rumo bom, não seria conveniente o momento, mas estamos com dois problemas, uma calamidade administrativa e uma pandemia. É preciso uma ação neste momento para dar rumo ao estado de Santa Catarina", comentou.