A sessão da Câmara que aprovou o projeto do Criciumaprev foi recheada de polêmicas. Vereadores da situação e da oposição trocaram farpas, com tons elevados e presença da população vaiando e aplaudindo. Os mais exaltados foram os vereadores Júlio Kaminski (PSDB) e Aldinei Potelecki (Republicanos). Nesta quarta-feira, 8, o presidente do conselho fiscal do Criciumaprev criticou o projeto, que determina a nomeação por decreto do futuro presidente do conselho. Os dois vereadores voltaram a se posicionar sobre o tema e reafirmaram os posicionamentos de terça.
O que foi dito ontem
Na sessão extraordinária, que aprovou o projeto por 10 a 7, a oposição reclamou, mais uma vez, da falta de tempo para ler e discutir os projetos encaminhados pelo executivo. A situação defendeu-se dizendo que a proposta votada foi uma resposta, solicitada pela própria oposição, para recuperar o fundo.
O vereador Kaminski subiu o tom. Deu a entender que os vereadores estavam curvando-se ao executivo e descumprindo o papel com o eleitorado.
"Será que basta vir aqui votar a favor e contra? Eu começo a duvidar da necessidade efetiva. Se essa casa não sabe exercer sua independência, não sabe avaliar um PL e vota a bel prazer porque foi pedido ou mandado, eu não sei. Estou falando da constituição. Estamos com um projeto que sequer ouviu o próprio conselho, que é preponderante para analisar essa lei. O que tá rolando, afinal de contas?", questinou Kaminski.
Potelecki manteve o tom elevado e criticou os vereadores da oposição, que estariam "usando os servidores para fazer política".
"Aqui está tendo conselho que vai deliberar sobre as matérias e o conselho fiscal que vai fiscalizar. Ora, por isso que eu digo e repito. Ensurdecedor é ouvir os vereadores três anos falando do Criciumaprev e quando tomamos uma atitude, eles dizem que são contrários. O vereador falou que o prefeito quer governar por decreto. Todos os conselheiros foram nomeados por decreto. É muita falácia. Querendo jogar para a torcida e fazer política nas costas dos servidores"
A poeira baixou?
Nesta quarta-feira, os dois vereadores foram entrevistados no Programa Adelor Lessa, da Rádio Som Maior. Mantiveram os posicionamentos levantados na sessão.
"Uma fala (do vereador Aldinei Potelecki) totalmente descabida, despreperada, que não contribuiu com o debate. O projeto vem ilegal e inconstitucional, sem debate, provido de irresponsabilidade. É uma pena, até falei ontem que o vereador tava dizendo que nós não tínhamos lido o projeto. Primeiro que não tem como ler um projeto de lei em três dias, segundo que mudou todo o conselho", atacou Kaminski.
De acordo o vereador, está na lei que o conselho do Criciumaprev precisa dar um parecer, a favor ou contra, sobre qualquer alteração estrutural proposta. Kaminski também criticou o mérito da proposta, que deixa o Criciumaprev "todo na mão do governo".
"Se entrasse no mérito, veríamos que tem uma série de situações que vai comprometer a atuação dos conselheiros. O prefeito vai indicar o presidente do conselho. Além da interferência, contaminação, da forma como foi apresentada, com problemas legais, envolve questões de gestão. Projeto totalmente ruim, mal feito e mal elaborado. Poderíamos ter discutido isso, com tempo de debate e maturação de todos os vereadores", criticou.
Potelecki voltou a frisar quer a oposição exigiu respostas e, quando houve essa resposta do executivo, posicionou-se contrária.
"A oposição faz o papel dela, que é sempre se colocar contrária aos projetos do governo, principalmente aqueles que ela entende que não deveria se colocar a favor. Não retiro minhas palavras. É fazer política em cima do servidor público. Essa mesma oposição, há três anos, vem cobrando o governo de tomar atitude para salvar o Criciumaprev. Fizeram audiência pública, CPI, aí quando o governo decide enviar alguns projetos para isso, os mesmos vereadores se colocam contrários", contra-atacou.
O vereador, líder da base governista, também disse que o Criciumaprev está com repasses em dia. "É muita incoerência. Respeito o voto de cada, mas é incoerência. Nunca da história do Criciumaprev esteve em dia a parte patronal. Todo fim de ano tinha que mandar um projeto de lei para parcelar o déficit do Criciumaprev, agora não precisa. O prefeito está pagando rigorosamente em dia, fazendo os repasses", concluiu.