O presidente da Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc), deputado Júlio Garcia (PSD), foi preso pela Polícia Federal durante a segunda fase da Operação Alcatraz na manhã desta terça-feira, 19. A investigação apura supostos crimes de corrupção, fraude de licitação, lavagem de dinheiro e organização criminosa no estado catarinense.
O mandado expedido pela PF prevê a prisão domiciliar ao deputado. Segundo informações da NSC Total, Júlio está neste momento na sede da Polícia Federal, em Florianópolis, para prestar esclarecimentos.
Chamada de “Hemorragia”, a segunda fase da operação tem como foco contratos firmados pelas secretarias estaduais, empresários do ramo de tecnologia e servidores públicos. Ao longo da investigação, a Receita Federal levantou documentos para a PF, Ministério Público Federal (MPF) e Ministério Público de Contas (MPC) que apontam processos de empresas subcontratadas para recursos de fachadas que, na verdade, serviriam para o pagamento de propina para agentes públicos e políticos.
A informação apontada pelos investigadores é de que valores destinados ao Sistema Único de Saúde (SUS) foram desviados durante o processo. A prisão de Júlio Garcia remete à sua relação com o empresário Jefferson Colombo, dono de uma das empresas de tecnologia que supostamente teria sido contratada de fachada para a prestação de serviços da empresa responsável pela administração da SC Saúde.
Segundo denúncia do MPF, Jefferson seria o operador financeiro de um acordo com o presidente da Alesc. O deputado negou a relação irregular com o empresário, afirmando que ele recebia valores de Jefferson referentes a um empréstimo que havia feito e que estaria sendo pago pelo empresário.
Jefferson, inclusive, também foi preso preventivamente. Ao todo, foram expedidos 20 mandados de prisão em Santa Catarina - 11 de prisão preventiva e outros 9 de prisão temporária nos municípios de Florianópolis, Joinville e Xanxerê.