O prefeito do município de Rodeio, Paulo Weiss (PT), assumiu a presidência da Federação Catarinense de Municípios (Fecam), após a prisão e consequente renúncia do então presidente, o prefeito de Major Vieira, Orildo Severgnini (MDB).
Weiss deve adotar postura contrária ao seu antecessor que não poupava críticas ao Governo do Estado com relação ao combate à pandemia do novo coronavírus (Covid-19). Em entrevista ao programa Agora, da Rádio Som Maior, ele disse que tentará uma reaproximação dos municípios com o governador Carlos Moisés da Silva (PSL). “Vamos sempre buscar a conversa, o diálogo, para chegar a um denominador comum e tenho certeza que o Governo do Estado também pensa assim. Talvez este posicionamento tem afastado o Governo do Estado dos municípios, e eu amanhã (terça-feira), irei procurar a Casa Civil para tentar uma agenda com o governador e tentar manter o diálogo diplomático e democrático porque. Eu penso que com estas divisões quem mais perde é o povo”, salienta.
A gente respeita a decisão dos conselhos que compreendem todos os prefeitos, na sua representatividade da Fecam, mas diante do momento singular da nossa história, um inimigo invisível, diferente de uma enxurrada, um vendaval, um ciclone, onde conseguimos enxergar e voltar a atividade depois de uma, duas semanas. Temos um inimigo invisível, onde medidas foram tomadas lá no mês de março, que talvez não surtiram efeito na comunidade e agora a gente está no maior enfrentamento da crise com o alto contágio.
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Protagonismo
Para o presidente da Fecam, o Estado precisa ser o protagonista na tomada de decisões com relação às restrições que visam a diminuição do contágio. “Temos que nos unir para vencer a Covid-19 e trabalhar em outras lógicas para retomar o crescimento econômico aqui no nosso estado. Tem a crítica de alguns prefeitos, principalmente onde tem os hospitais referências, sobre s medicamentos, leitos de UTI, mas eu também entendendo que não tivemos colapso, não tivemos a falar de atendimento nos leitos de UTI. O Estado também cumpriu com a sua função, temos uma audiência com o governo e a Alesc para tentar uma aproximação e tentar um denominador comum.
Ele opinou ainda sobre as medidas tomadas nestes cinco meses de enfrentamento da pandemia. “As medidas nos municípios de pequeno porte não surtem efeito nos de grande porte. Ao mesmo tempo que os municípios queriam ser protagonistas, que acabaram não acatando as medidas restitivas que a matriz de risco impôs. O Estado tem que ser protagonista, tem que impor as medidas. Os municípios têm que fazer o dever de casa e o Estado garantir os leitos de UTI e retaguarda hospitalar”, disse.
A comunidade, para Weiss, deve ter participação fundamental neste processo. “A comunidade tem que entender que o Estado precisa da arrecadação, as empresas não podem parar, mas é preciso garantir ao cidadão o direito mínimo ao tratamento. Tem que ter uma conciliação e o cidadão entender o seu protagonismo. De nada adianta adotar medidas para empesas, comércio, igreja se no fim de semana o cidadão insisti em fazer festa com grandes aglomerações, cada um precisa entender a sua responsabilidade. Muitos municípios adotando medidas diferente da outra, medicamentos sem comprovação científica”, finaliza.
A cidade de Rodeio, administrada por Weiss, tem 200 casos do novo coronavírus, sendo que 36 estão ativos, além de uma morte.
Afastamento de Severgnini
O novo presidente da Fecam, que fica no cargo até o fim de 2020, lembrou que já havia manifestação da Fecam pelo pedido de renuncia de Severgnini antes da prisão, já que a investigação estava em curso. “Esta manifestação pelo afastamento partiu do conselho, do qual eu era vice-presidente, porque entendíamos que as explicações a serem dadas pelo então presidente era algo bem difícil de ser explicado à comunidade, tanto que as investigações eram muito fortes pelo Ministério Público e pelo Gaeco. Estas investigações se reportam ao município de Major Vieira e nada tem a ver com a Fecam. Entediamos que o afastamento deveria acontecer de forma natural, prezando pela instituição. O nosso pedido não foi atendido, inclusive alguns chamaram, não entenderam a nossa importância de pedir o afastamento e acabaram fazendo um documento pela permanência e na última sexta-feira houve esta operação e ele acabou pedindo o afastamento”, falou.
Weiss salientou que agora é momento de superar a situação. “Importante passar uma borracha e tocar para frente lembrando que estamos representando os 295 municípios e tentar fazer da Fecam a entidade que ela sempre foi, de renome nacional e lutar pelos municípios de Santa Catarina e representar todo cidadão e cidadã do estado”, relatou.
Confira a entrevista do presidente da Fecam, Paulo Weiss, ao Programa Agora, da Rádio Som Maior: