O PL 40 foi aprovado na Câmara de vereadores de Criciúma. De autoria do vereador Obadias Benones (AVANTE), o projeto proíbe a linguagem neutra na grade curricular, material didático de instituições de ensino e também em editais de concursos públicos do município. “Quando comecei a estudar o tema, observei que os apoiadores da linguagem neutra, afirmam que a mesma é inclusiva. Só que na verdade, essa linguagem, além de agredir a Língua Portuguesa, afasta ainda mais as pessoas”, falou Benones.
Na opinião do parlamentar, a comunidade surda e as pessoas que têm dificuldade em aprender o português, como os disléxicos, seriam extremamente prejudicadas. “Na passagem do latim para o português, a palavra “todos” faz o papel do neutro e engloba todo mundo. Imagine a imensa dificuldade que será imposta comunidade surda que se comunica por linguagem de sinais e os disléxicos. Na verdade, na tentativa de incluir, vamos segregar ainda mais”, ponderou.
A professora de Língua Portuguesa, Kelli Rodrigues, disse que o projeto é importante. Para ela, a linguagem neutra não passa de coloquialismo de linguagem. “A norma culta, que é a gramática tradicional, condena tais práticas, pois a Língua Portuguesa já possui neutralidade. Temos como exemplo disso o pronome pessoal reto “eles” e o artigo definido “os”. Ambos são utilizados quando há em um mesmo grupo, homens e mulheres”, enfatizou.
Miri Dagostim, secretário de educação de Criciúma, concorda com o vereador e ficou feliz com a aprovação do PL 40. “O estudante tem o direito de receber o ensino da Língua Portuguesa de acordo com as normas legais. Nossas escolas direcionam o ensino para a norma padrão, respeitando as variedades linguísticas existentes. Contudo, a linguagem neutra não faz parte da norma padrão de nossa língua”, finalizou.
Foto: Fabrício Júnior
Agora o projeto segue para a sanção do prefeito Clésio Salvaro. “Conversei com o prefeito a respeito desse projeto e ele se manifestou favorável. Tenho a convicção que ele será sancionado”, finalizou o vereador..