Restam quatro sessões ordinárias na Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc) para que seja apresentada a defesa do governador Carlos Moisés em relação ao pedido de impeachment. A comissão dos nove deverá avaliar a defesa e encaminhar, ou não, um projeto ao parlamento para que o pedido seja votado por 30 deputados. O PSL, partido do governador, então, busca mais de 14 votos no plenário para impedir que o impeachment de Moisés seja levado ao tribunal misto.
De acordo com o deputado federal e presidente estadual da sigla, Fábio Schochet, não há clima no estado para que um processo de impeachment seja levado adiante. Segundo ele, o pedido do advogado Ralf Zimmer, que diz respeito ao reajuste salarial dos procuradores concedido de forma administrativa, não é nem conhecido pela população.
“A maioria esmagadora da população não sabe nem qual é o motivo do impeachment. Acho que isso é muito ruim para o estado de SC, que desde a redemocratização de 1988 nunca houve um governador impeachmado, ainda mais em um momento da história do estado e do Brasil, ter um governador impeachmado é muito ruim para economia”, disse.
Fábio destaca o papel importante realizado pela CPI dos Respiradores, mas afirma que até o momento não houve nenhum fato que ligue a investigação ao governador, sendo contrário à justificativa de que o “conjunto da obra” de Moisés facilitaria o impeachment. O presidente do PSL ainda ressalta a questão política do pedido, que levaria a um “terceiro turno de eleição”, e afirma que a situação não é irreversível.
“Nossa ideia é de que os deputados entendam, na comissão especial, a não participação do governador na questão dos procuradores. De fato é que não há motivo para o impeachment em relação a equiparação dos procuradores. Nossa aposta é, no dia do plenário, ter mais de 14 votos e nem ser instalado o tribunal misto, com o judiciário e parlamentares. Queremos matar isso já”, reforçou.