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Eleições 2020

Quem pode e quem quer ser vice-prefeito

De anônimo a figura de destaque, o papel do vice o torna cada vez mais exposto e necessário nas campanhas

Por Denis Luciano Criciúma, SC, 10/09/2020 - 15:35 Atualizado em 10/09/2020 - 15:38
Arquivo / 4oito
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Daqui a exatos 66 dias, 146.371 eleitores criciumenses estarão aptos a ir às urnas para deixar dois votos: prefeito, vice e vereador. Dois ou três votos? Dois. É que há um voto, o do prefeito, que vale para o vice também. Ou seja, um voto e duas funções.

Em Criciúma, vota-se para vice em conjunto com o prefeito - um voto para dois cargos - desde 1969. Na ocasião, Nelson Alexandrino e João Sônego foram eleitos pelo MDB. Sônego foi o primeiro vice-prefeito de Criciúma. Até então, a função, quando necessária para substituir o titular, era exercida pelo presidente da Câmara de Vereadores.

Vices definidos por PSD e DEM

Para o pleito de 15 de novembro próximo, alguns dos vices dos candidatos a prefeito já estão definidos. Outros, em tratativas. E para terceiros ainda resta o mistério ao menos pelos próximos seis dias, já que o dia 16 marca o fim do calendário eleitoral para as convenções. Até lá, as chapas deverão estar fechadas. A escolha do vice envolve inúmeros fatores, desde composições partidárias até afinidades com o cabeça de chapa.

É o que já acontece com o prefeito Clésio Salvaro (PSDB), que repetirá a dobradinha com o PSD e o vice Ricardo Fabris. Os partidos terão suas convenções no próximo sábado, 12, para bater o martelo.

Salvaro e Fabris vão repetir parceria

Outra chapa pronta e já anunciada é a encabeçada pelo MDB, com Dr. Anibal para prefeito. A vice é a professora Lisiane Tuon, do DEM. Emedebistas, demistas e aliados farão a convenção municipal no dia 15.

Anibal e Lisiane Tuon, chapa de MDB e DEM

O PT, que escolheu o advogado Chico Balthazar como candidato a prefeito - ele será chancelado na convenção do dia 13 -, pré-indicou para vice o psicólogo Júlio Bittencourt, mas há possibilidade ainda, embora remota, de agregar algum nome indicado por partido aliado. Até o momento, o PCB está inclinado a compor coligação com os petistas.

O PSTU, que terá Ederson da Silva para prefeito, vai confirmar na convenção do dia 16 o nome de Pedro Ângelo para vice.

Os indefinidos

Júlia Zanatta (PL) poderá compor em chapa pura, embora já tenha admitido a intenção de contar com um vice do Podemos que, embora tenha indicado o Coronel Cosme Manique Barreto como pré-candidato a prefeito, tem boas chances de tê-lo vice da concorrente do PL. Outro nome do Podemos para fechar parceria com Júlia será de Lucas Dalló. Dentro do PL, um nome sondado para chapa pura foi o do pré-candidato a vereador Vinícius Ribeiro. A convenção do PL será na segunda-feira, 14.

A situação mais complicada envolve PDT e PSL. Com a coligação encaminhada, mas ainda não formalizada, cada partido lida com a sua possibilidade. No PDT, o deputado estadual Rodrigo Minotto é candidatíssimo, e só aguarda pelo martelo batido com o partido do governador Carlos Moisés para ter um filiado ao PSL de vice. Nesse caso, a inclinação seria pelo nome do vereador Júlio Kaminski, que seria também alternativa para compor uma possível - e cada dia menos provável - chapa pura do PSL com o indicado Allison Pires. Allison já deixou claro que só mantém candidatura em cabeça de chapa. Se o PSL oferecer o vice ao PDT, ele se retira da disputa.

Caso o PSL não componha com o PDT por alguma razão - a convenção do partido será no dia 12 - Minotto poderá buscar o vice em outro aliado. O PCdoB é um que já anunciou adesão à sua candidatura, e ele costura outros parceiros, guardados a sete chaves. Ou pode sair do próprio PDT. O deputado demonstra confiança no acordo com o PSL, tanto que não tem cogitado publicamente outras possibilidades para fechar a chapa. A convenção do PDT será no dia 14.

Uma história de altos e baixos

Abaixo, a relação de vice-prefeitos na história de Criciúma, com os respectivos prefeitos de cada período:

1970 a 73 - João Sônego (MDB, prefeito Nélson Alexandrino, MDB)

1973 a 77 - Fidélis Back (Arena, prefeito Algemiro Manique Barreto, Arena)

1977 a 83 - Mário Sônego (Arena, prefeito Altair Guidi, Arena)

1983 a 88 - Roseval Alves (MDB, prefeito José Augusto Hülse, MDB)

1989 a 92 - Ademir Uggioni (PFL, prefeito Altair Guidi, PDS)

1993 a 96 - Anderlei Antonelli (PSDB, prefeito Eduardo Moreira, MDB)

1997 a 2000 - Maria Dal Farra Naspolini (PSDB, prefeito Paulo Meller, MDB)

2001 a 2005 - Carlos Alberto Barata (PDT, prefeito Décio Góes, PT)

2005 a 2008 - Gelson Fernandes (MDB, prefeito Anderlei Antonelli, MDB)

2009 a 2012 - Márcio Búrigo (PP, prefeito Clésio Salvaro, PSDB)

2013 a 2016 - Verceli Coral (PSDB, prefeito Márcio Búrigo, PP)

2017 a 2020 - Ricardo Fabris (PSD, prefeito Clésio Salvaro, PSDB)

Nem sempre as relações foram pacíficas entre prefeito e vice em Criciúma. Conta a história que João Sônego teve melhor desempenho que o titular Nélson Alexandrino nas breves interinidades no Paço. Fidélis Back era um bom parceiro de Algemiro Manique Barreto. Tinham sintonia. Mário Sônego também, agregou e sempre manteve uma relação amistosa com Altair Guidi. 

Algemiro não teve dificuldades com seu vice

O mandato de José Augusto Hülse foi marcado por um duro e longo rompimento com o vice. Roseval Alves chegou a desocupar gabinete e declarar embates públicos em relação ao prefeito. Foi uma relação tumultuada. Ademir Uggioni foi um vice discreto no segundo mandato de Altair Guidi.

Anderlei Antonelli cumpriu com tranquilidade, e sem muito barulho, o espaço de vice de Eduardo Moreira. Tanto que depois migrou para o MDB, pelo qual foi prefeito com o correligionário Gelson Fernandes de vice. Gelson acumulou também, durante o mandato, o cargo de secretário de Saúde. Antes deles vieram Maria Dal Farra Naspolini - a única mulher a chegar ao Executivo na história de Criciúma, como vice de Paulo Meller -, também de atuação serena e sem sobressaltos, e Carlos Alberto Barata, que teve distanciamento em relação a Décio Góes, em uma relação que não foi das mais amistosas.

Antonelli, pelo PSDB, foi vice de Eduardo na prefeitura

Mas, certamente, o episódio de maior tensão, com repercussões atuais inclusive, foi entre Clésio Salvaro e Márcio Búrigo. Elegeram-se em 2008 como "Márcio e Eu" e fizeram um primeiro mandato de estreita relação. Na reeleição, nada visível de problemas. Veio uma disputa suplementar, em 2013, com a cassação de Salvaro, e Márcio foi eleito com grande margem. O prestígio do titular pesou.

Salvaro, dos tempos de boa relação com o seu vice Márcio

Veio o mandato dele e as desavenças tornaram-se públicas, graves e fomentadas a cada manifestação pública de um e de outro. Até que tiveram a chance de duelar nas urnas, em 2016, e Salvaro levou a melhor.

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