O Governo de Santa Catarina publicou nesta quarta-feira, 10, um novo decreto estadual que estende o fechamento de atividades não essenciais para este fim de semana, assim como a proibição de fornecimento de bebidas alcoólicas para consumo no local das 21h às 6h, entre outras medidas. O prefeito de Criciúma, Clésio Salvaro, se posicionou extremamente contra o “lockdown” nos fins de semana e defendeu que os estabelecimentos estendessem os seus horários de atendimento.
Salvaro esteve em uma reunião virtual com o governador Carlos Moisés, juntamente com os demais prefeitos dos municípios catarinenses. Para ele, não existe um protocolo dizendo o que é certo e o que é errado em relação às medidas restritivas, mas diferentes posicionamentos para combate à pandemia.
“Existem os que defendem o lockdown total e os que não defendem. Eu sou radicalmente contra. Não gosto de usar essa palavra radical, mas sou contra mesmo, por não acreditar que o lockdown resolve”, pontuou o prefeito.
Salvaro destaca que, normalmente, em sábados sem restrições, cerca de 600 mil veículos circulam pela cidade. No último sábado, com o fechamento de atividades não essenciais, a quantidade de veículos que transitaram pelo município foi ainda maior.
"Quer dizer que parou a produção de quem comercializa, mas as pessoas não ficaram paradas, foram de um lado para o outro. Foram em casa de parente, conhecido, compadre, tomar cerveja ou fazer churrasco e foram levar o vírus ou buscar o vírus. Eu sou radicalmente contra essa questão do lockdown, porque o comércio da minha cidade toma todas as medidas e os cuidados preconizados pelas autoridades sanitárias”, afirmou,
Em conversa com a Câmara de Dirigentes Lojistas de Criciúma, Salvaro optou pela extensão do horário de atendimento no comércio municipal. Já a partir desta quinta-feira, as lojas poderão funcionar das 9h às 19h30, para que as pessoas não comprem todas no mesmo horário, evitando aglomerações.
“Não tem muita aglomeração. Conheço os comerciantes de Criciúma e região, dono da loja fica na frente da loja de braço cruzado torcendo para que o pedestre entre. Estão lutando para pagar os boletos, aluguel e obrigações sociais. É possível manter a economia girando e preservando as vidas. A vida em primeiro lugar, a saúde com cuidados redobrados, mas não precisamos parar a economia”, destacou o prefeito.
O problema dos ônibus lotados
Diariamente, imagens circulam pelas redes dos ônibus de Criciúma circulando completamente lotados. Pessoas aglomeradas em pé, no corredor do veículo, sem o distanciamento necessário determinado pelas autoridades necessárias.
O último e novo decreto do Governo do Estado determina que o transporte público funcione com somente 50% de sua capacidade. No entanto, com a grande maioria das lojas e empresas funcionando no mesmo horário, em horários de pico percebe-se o descumprimento dessas medidas, com ônibus lotados de pessoas em meio a pandemia de Covid-19.
Segundo Salvaro, não há como redobrar a frota para cobrir a demanda nesses horários picos. “Nós temos um sistema, algo em torno de 85 ônibus que transportavam passageiros, a população de Criciúma. Aquele primeiro decreto reduziu para 25%, o que para transportar todos os passageiros era necessário 4 vezes o tamanho da frota. O governo reduziu então para 50%, daí tem que ter o dobro da frota, precisava ter 85 ônibus parados na garagem. Qual empresário ou empresa que suporta isso? Não tem”, declarou.