A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Assembleia Legislativa que apura possíveis irregularidades nas obras de restauração da ponte Hercílio Luz vai convidar o ex-governador Raimundo Colombo para prestar depoimento na próxima terça-feira, 29, às 17 h. O requerimento do relator da CPI, deputado Bruno Souza (sem partido), foi aprovado por unanimidade na sessão desta quarta-feira, 23.
Segundo o relator, a ideia é que Colombo ajude a comissão a esclarecer pontos e tirar dúvidas, uma vez que vários depoentes garantiram que o então governador acompanhava de perto os detalhes da obra. “Espero que ele possa nos ajudar com esclarecimentos, porque a fase mais conturbada e questionada em relação às obras da ponte Hercílio Luz foi durante o governo Raimundo Colombo. Então a gente quer entender um pouquinho das decisões de governo àquela época", disse Bruno Souza.
Além de aprovar o requerimento, a CPI tomou dois depoimentos de engenheiros do consórcio responsável pela fiscalização dos trabalhos. Wilfredo Brillinger e Celso de Magalhães Carvalho são da Prosul, empresa que fiscalizou a obra junto com a Concremat.
Os dois garantiram que periodicamente era avisado ao governo do Estado sobre os problemas de atraso no cronograma da obra pelo consórcio responsável pela restauração, Florianópolis Monumento, composto pelas empresas CSA e Espaço Aberto. “Alertamos o tempo todo do risco de não ser concluída”, afirmou Brillinger.
Segundo Carvalho, os alertas sobre o atraso em 2012 eram mensais. “Em 2013, esses avisos passaram a ser semanais, tanto em correspondência ao governo quanto no diário de obra”, revelou. De acordo com ele, em 2014 – ano em que o contrato com a Florianópolis Monumento foi rescindido – o governador da época, Raimundo Colombo, convocava reuniões mensais para avaliar a obra.
O relator disse que as informações repassadas pelos dois engenheiros ajudarão “a enriquecer” o relatório final. “Muitas informações foram dadas e era o que a gente buscava e precisava para esclarecer esta história triste, porque todo desperdício do dinheiro do pagador de impostos é uma história triste”, avaliou Souza.