À NSC TV, o governador de Santa Catarina, Carlos Moisés da Silva (PSL), falou do combate à pandemia, da relação com a Assembleia Legislativa (Alesc), com o presidente da República Jair Bolsonaro (sem partido), entre outros assuntos.
Ele comentou, na entrevista que foi ao ar nesta sexta-feira, 26, que a pandemia do coronavírus está chegando no pico no estado “Estamos entrando no pico, o que era previsto lá atrás. As pessoas não podem deixar de levar a sério as orientações do governo. O que vai acontecer daqui para a frente depende de todos nós. Não tem como viver esta pandemia seis meses dentro de casa. Nós vamos ter que conviver com isso”, disse.
Carlos Moisés ainda respondeu sobre dar aos municípios a possibilidade de definir as regras de enfrentamento e que isso não é ser omisso. “Legalmente, a gente entende que o Estado não deve decretar que feche um município. O formato que temos hoje não é abrir mão da responsabilidade, foi dar instrumentos adequados para que a autoridade do município seja exercida. O esforço todo de achatamento da curva, de equipar os hospitais. Uma comunidade inteira não pode ser prejudicada. Quem aderiu as regras podem continuar funcionando”, salientou.
As polêmica também foram respondidas pelo governador durante a entrevista, entre elas o caso dos respiradores e a festa em Gaspar. “O nosso trabalho de combate à Covid-19 tem um brilho natural porque os números se apresentam muito bem para Santa Catarina. Temos mais notícias boas para falar do governo que um erro pontual. Sobre as imagens de Gaspar, não tinha o ângulo adequado. Eu estava com a bebida na mão e a máscara na outra. Não era uma festa. Pedi desculpas aos catarinenses. É isso que escolhem para nos expor? Isso é pequeno”, criticou.
Processo encaminhado ao STJ
Nesta semana, o processo dos respiradores foi encaminhado só Superior Tribunal Federal (STJ), porque o governador foi citado três vezes em conversas entre pessoas envolvidas na aquisição dos 200 equipamentos que custaram R$ 33 milhões ao Estado e que foram pagos de forma antecipada. “Não posso fazer juízo de valor porque o processo subiu por prerrogativa de foro do próprio governador. Então eu não devo fazer juízo de valor neste processo. A gente se manifesta no processo. Entendo que é rito em havendo a citação.
O que aconteceu é objeto de investigação. Ficamos preocupados por não chegarem os respiradores e depois a lesão ao erário publico. Duas sindicâncias. Cabe ao governo agora recuperar os valores e tenho esperança em recuperar ele todo. Nenhuma participação do governador. A participação do governador foi essa: tomada de decisão, detectou a contaminação comunitária, fecha o estado e determinada ‘precisamos fazer isso. Precisa comprar respiradores’”, afirmou.
Relação com Bolsonaro
Carlos Moisés salientou que não se afastou do presidente da República, Jair Bolsonaro. “A ideia de falar que há uma ala bolsonarista que se afasta do governo, nós nunca nos afastamos do presidente. Sempre o respeitei muito. Talvez as informações que cheguem ao presidente chegam distorcidas. Talvez uma boa conversa com ele, inclusive trazê-lo aqui, mostrar que o estado fez a lição de casa e penso que isso em breve pode acontecer, não só pela liturgia do cargo, mas pelo o que ele tem feito. Começa a criar uma imagem de antagonismo de pessoas que nunca foram antagônicas. As pessoas plantam ideias e isso acaba incendiando”, falou.
Alesc
Para o governador, o ano passado foi de bom diálogo com os deputados estaduais e neste ano o que atrapalha a relação é justamente a pandemia. “Inclusive, nós e os deputados não conseguimos mais nos reunir. Virou uma condição de muita pressão. Hoje estamos realinhando, conversando, os deputados conhecem o governador”, comentou Carlos Moisés, acrescentando que hoje não há deputados cotados para assumir nenhuma Secretaria de Estado.