Na última sexta-feira, 3, o executivo de Criciúma mandou ao legislativo um pacote que prevê um corte de gastos de R$ 600 mil por mês até dezembro. A Câmara de Vereadores se reunirá na tarde deste sábado, a partir das 17h, para votar a pauta. De acordo com o prefeito Clésio Salvaro (PSDB), a medida trará redução das funções gratificadas no município. Com outras economias, Salvaro projeta uma redução de R$ 1 milhão nos gastos da prefeitura.
"Apresentei simulações aos vereadores e encaminhei esse projeto para a Câmara. Reduzir gastos. Não tínhamos muita gordura, será apenas nas funções gratificadas. Deve dar um impacto de R$ 600 mil por mês, mais horas extras e outras medidas que vamos tomar por decreto", afirmou Salvaro.
Dentre os outros cortes previstos estão nas horas extras na prefeitura, redução de 30% dos alugueis, que atualmente estão em R$ 135 mil por mês, e um projeto paralelo que prevê o corte de 50% do salário do prefeito e do vice-prefeito. "Calculamos que vamos chegar a R$ 1 milhão por mês em economia. É o que poderemos investir ainda mais na saúde. Todas as medidas que estamos adotando não atingirão os trabalhadores", prometeu Salvaro.
"Esse projeto foi construído com responsabilidade. Planejar o governo até dezembro sem saber como será a arrecadação, porque não sabemos com que intensidade o vírus chegará", acrescentou Salvaro. A estimativa da prefeitura é de que o repasse do ICMS caia de uma projeção de R$ 120 milhões no ano para, "em uma previsão otimista", ficar em R$ 60 milhões. Para abril, o repasse deve cair em 47%.
"O governo vinha numa sequência muito bem planejada e controlada, com pavimentações de ruas, creches, escolas, UPA, enfim, um ritmo extremamente acelerado, com quase R$ 200 milhões em obras, recursos de financiamentos, emendas e também recursos próprios. De 20 dias para cá, virou tudo de pernas para cima e as prioridades passaram a ser outra. Agora com muito mais intensidade a saúde. Mexeu em toda a estrutura governamental", analisou Salvaro.
Ele afirma que a partir de segunda-feira parte dos serviços públicos retornarão. Salvaro mantém o discurso para retomada gradativa das atividades a partir da semana que vem. "Mantendo o isolamento das pessoas de risco. A cidade precisa rodar, o comércio tem que voltar aos poucos e vender, as indústrias têm que produzir e o serviço público tem que continuar atendendo a população", concluiu.