É voz corrente, e de não tão difícil projeção, que o prefeito Clésio Salvaro (PSDB) possa deixar o mandato conquistado em 2022 para tentar alçar voos mais altos. Há quem especule alguma tentativa dele em nível estadual, como governador ou vice, ou quem sabe uma disputa federal, como deputado ou senador. É uma carta forte no baralho dos tucanos, partido presidido pela sua ex-secretária municipal Geovania de Sá, hoje com cadeira em Brasília. São próximos e da mesma linha política.
Na ressaca do grande desempenho nas urnas neste domingo em Criciúma, com 71.165 votos conquistados e cacifado por 72,36% dos eleitores criciumenses, Salvaro sempre evita tratar com mais detalhes do assunto. Questionado nesta manhã a respeito, em entrevista à Rádio Som Maior, o prefeito respondeu citando provocações que enfrentou ao longo da campanha recém encerrada.
"Me provocaram de todas as formas, dizendo que eu tinha uma condenação em terceiro grau, não dei a mínima. Pode procurar que não existe nada", destacou, citando uma das críticas que enfrentou, partido dos mesmos que elencavam a eleitores o risco de votar em um prefeito que poderia não concluir o próximo mandato justamente por conta da eleição de 2022. "Me provocaram, Salvaro eleito, Ricardo prefeito. Junto com o Ricardo, não temos compromisso nesse sentido, o nosso compromisso é com a cidade de Criciúma", ressaltou.
O que diz o vice
O vice Ricardo Fabris (PSD), também recém reeleito, foi na mesma linha. "O prefeito e eu nunca discutimos qualquer possibilidade de o prefeito sair em 2022 para concorrer a qualquer cargo. Nunca discutimos, não está na pauta, não está na agenda. Teremos quatro anos novamente juntos, daí vou captar o sentimento nas ruas para ver o meu futuro", garantiu . "Tenho que fazer uma reflexão da minha caminhada política. Eu quero ter essa discussão com o grupo que sempre me apoiou e ver qual o futuro que vamos ter", emendou.
Sobre o fomento que alguns da oposição fizeram durante a campanha, Fabris lembrou que um erro da oposição ajudou a candidatura de Salvaro. "Eu ouvi muito isso em determinado momento pois teve determinado candidato que colocou que você não está votando no Salvaro, está votando no vice. Ajudou, facilitou a minha caminhada, isso pegou em certo momento em função da estratégia equivocada do adversário. As pessoas viram e facilitou a minha abordagem pedindo voto nas ruas", destacou. "Mas não tem discussão nesse sentido", realçou o vice, reforçando que não há qualquer acordo com Salvaro sobre assumir a prefeitura daqui a dois anos.
A trajetória
Trata-se da quinta disputa de prefeito da qual Salvaro participou. Em 2004 ele foi terceiro colocado, na eleição vencida por Décio Góes (PT), depois cassado, quando assumiu Anderlei Antonelli (MDB). Em 2008, Salvaro venceu, tento Márcio Búrigo (PP) como vice e novamente Décio Góes como principal oponente. Em 2012 alcançou a reeleição, repetindo dobradinha com Márcio, contra Romanna Remor (MDB) e outros candidatos. Acabou perdendo o mandato e impulsionou a vitória de Márcio Búrigo em 2013, contra Ronaldo Benedet (MDB) e Fábio Brezola (PT). Em 2016 reconquistou a prefeitura novamente contra Márcio e Brezola.
As votações de Clésio Salvaro para prefeito
2004 - 17.302 votos
2008 - 53.329 votos
2012 - 85.549 votos
2016 - 82.959 votos
2020 - 71.615 votos
Antes de ser prefeito de Criciúma, Salvaro exerceu mandatos de vereador em Siderópolis entre 1989 e 1996 e deputado estadual de 1999 a 2011.