O Presídio Santa Augusta em Criciúma atingiu, nesta quarta-feira, 24, a maior lotação da sua história: são 1.004 presos, muito acima da capacidade oficial de 696. "Existe uma tolerância determinada pelas corregedorias, uma resolução permitindo que ultrapasse 37,5% em cima do oficial. Isso dá cerca de 970 presos. Nos últimos dias deu esse salto", confirmou a juíza Débora Zanini, titular da 2ª Vara de Execuções Penais.
A juíza fará uma vistoria à unidade na próxima semana. "O giro é grande, entra preso, mas sai bastante preso também. Vamos analisar como isso se comporta até sexta-feira, para ver se precisaremos transferir alguém ou não", comentou. "O problema que vislubramos é que as demais unidades em Santa Catarina estão ainda piores. O Judiciário fica em uma situação muito ruim. Não dá para soltar preso, eu não trabalh odessa forma", justificou. "O governador tem que criar novas vagas", emendou.
A interdição está descartada, ao menos por enquanto. "Seria um ato extremo. Se as condições estão desumanas, como no Rio Grande do Sul com presos algemados em postes, viaturas e calçadas, seria um caso, mas não estamos nessa situação. Se eu interditar teremos que transferir algo em torno de 40 presos, para onde?", indagou. A juíza assegurou que não há condição desumana para presos em Criciúma. "Há presos que dormem no chão sim, mas tem colchão, travesseiro, cobertor, tem vaso sanitário com privacidade mínima", destacou.
Há uma expectativa de melhorias no presídio de Araranguá, que se encontra interditado. "Temos vários presos de Araranguá, se houver uma reforma ou ampliação lá, nossa situação melhora aqui", projetou a magistrada, que nesta quinta-feira, 25, estará fazendo vistorias a outras unidades prisionais da região.