Para muitos analistas do mercado, foi agressiva a proposta da CCR que venceu o leilão dos 220,4 quilômetros do trecho sul da BR-101, realizado nesta sexta-feira, 21, na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). A CCR vai cobrar R$ 1,97 em cada uma das quatro praças de pedágio, e em contrapartida fará investimentos superiores a R$ 7 bilhões.
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"Foi um lance responsável, não foi agressivo. A CCR fez isso com muita segurança. Estudamos esse projeto há mais de um ano", explicou o diretor da CCR, Eduardo Camargo, em entrevista coletiva logo após o leilão na Bovespa. "Já temos na região a ViaSul, incorporamos na nossa proposta todas as sinergias que poderíamos ter com essa concessionária", mencionou, lembrando que a concessionária já gere a Freeway, a autoestrada entre Osório e Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. "A região cresce com uma elasticidade diferente do restante do país, colocamos isso nas nossas projeções de tráfego. Os aprendizados que temos ao longo dos últimos anos têm pesado. O objetivo da CCR é de crescimento", reforçou.
Para o ministro Tarcísio Gomes de Freitas, da Infraestrutura, o estado tem muito a ganhar com o leilão realizado. "Esse é o vigésimo oitavo ativo que a União leiloa no Governo Bolsonaro, o primeiro de muitos em 2020. O leilão de hoje foi um marco, muito bacana, mais uma vitória", afirmou. "Santa Catarina ganha muito. São R$ 7 bilhões, vamos atender regiões turísticas, industriais, com muita segurança. São quase 500 intervenções já programadas, são 100 quilômetros de terceiras faixas, 70 quilômetros de vias marginais, o usuário ganhou muito", assegurou o ministro.
Ele lembrou que, no contrato com a CCR, haverá um mecanismo de proteção. "Instrumento que vai garantir aportes adicionais de mais de R$ 940 milhões, isso ajuda em um desconto mais agressivo na tarifa e, com aporte maior, há mais conforto para os investimentos", sublinha Tarcísio.