Desde que o processo de impeachment contra o governador Carlos Moisés e sua vice, Daniela Reinehr, começou a tramitar, uma das principais estratégias do Governo do Estado para evitar o afastamento dos gestores é garantir o apoio do Movimento Democrático Brasileiro (MDB). Apesar disso, dentro da Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc) o partido já está praticamente fechado e, provavelmente, votará em bloco contra o governo.
A discussão dentro do partido, em âmbito nacional, ainda é quente no entanto. Durante o SC em Debate, programa do SC em Pauta, desta segunda-feira, 31, o jornalista político Marcelo Lula ressalta que ainda uma movimentação dentro do MDB para saber quem é contra ou a favor do impeachment de Moisés - apesar da configuração, em SC, já estar praticamente definida.
“Celso Maldaner [deputado federal do MDB] ligou para Cobalchini e Sopelsa [deputados estaduais também do MDB] dizendo: mudem o voto de vocês, vamos votar contra o impeachment, e acabou levando uma chamada dos dois. Eles disseram: você cuida de Brasília, o impeachment é algo da bancada estadual, deixaram isso muito claro. Quem vai decidir o processo de impedimento dentro do MDB é o estadual, e a bancada está fechadíssima”, pontuou o jornalista.
Por contar com nove deputados dentro da Alesc, o MDB seria peça essencial para que o Governo do Estado conseguisse, politicamente, anular o impeachment através dos votos. Apesar disso, pela maneira com que os deputados do partido vem se posicionando, tanto o governador quanto Daniela não parecem ter o apoio, e os votos, necessários para impedir que o processo vá adiante.
“O governador tentou pela bancada do MDB e não conseguiu, porque as relações estavam muito estremecidas. O deputado Vampiro, que era um dos mais próximos de Moisés, hoje é um dos mais distantes. O que mais move o MDB em Prol do impeachment é a segurança, e ele já fechou na bancada pela votação em bloco”, comentou Adelor Lessa.
Tendo em vista que a chance de fazer com que o pedido de impeachment não vá adiante está, politicamente, quase inviabilizada, o governo passa a tentar por outras maneiras garantir sua estabilidade. Uma delas, é buscar através do meio jurídico algo que atrase ou arquive o pedido - movimentação que vem se configurando como ataques ao presidente da Alesc, Júlio Garcia.
“Esse ataque à pópria Alesc, na figura do presidente Júlio, que tem apoio unânime dos parlamentares desde a sua eleição, é a estratégia do governo do Estado, para desqualificar o processo na assembleia. Mais uma vez o governo erra e, ao invés de conquistar apoio, está cada vez mais deixando unânime o afastamento do governador e sua vice”, disse Maria Helena Pereira.