Nem no feriado os jornalistas Adelor Lessa, Marcelo Lula e Maria Helena deixaram de acompanhar e debater a política catarinense. Os três se reuniram virtualmente nesta segunda-feira, 12, para mais uma edição do SC em Debate, promovido pelo site SC em Pauta.
Nos assuntos, o julgamento do segundo pedido de impeachment do governador Carlos Moisés, que ocorrerá nesta terça-feira, 13, na Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc). Ao longo da semana também ocorre o julgamento no Tribunal de Justiça do aumento dos procuradores. Além disso, é claro, as intensas atividades nas campanhas eleitorais.
Julgamento do segundo pedido de impeachment
Ocorre nesta terça-feira, 13, a votação do segundo processo de impeachment do governador Carlos Moisés. Neste processo, tem em pauta a CPI dos Respiradores. "Acredito que não dá 9 a 0 por causa da Paulinha (PDT). Acho que aprova, em função da CPI dos respiradores, mas não por unanimidade. Não é que não tem como não aprovar, é praticamente improvável que os deputados não aprovassem o afastamento pelo CPI dos respiradores", comentou Adelor Lessa. "Amanhã acredito que será a repetição dos números do mesmo cenário do primeiro julgamento do impeachment", completou.
Na quarta-feira, o Desembargador Pedro Manoel Abreu, decano do Tribunal de Justiça, vai decidir sobre a legalidade ou não do aumento do salário dos procuradores. "Vai dar o seu voto sobre o aumento dos desembargadores. Isso vai ser importante, pois acreditam que isso irá nortear a votação desses desembargadores que participam do tribunal misto", afirmou Marcelo Lula.
Eleições municipais de 2020
Os três jornalistas também debateram as eleições municipais pelo estado e seus desdobramentos. Principalmente, comentaram de Criciúma, Florianópolis e Lages.
Conforme Adelor Lessa, em Criciúma o candidato Clésio Salvaro, que busca a reeleição, é o candidato com franca liderança de acordo com as pesquisas. "Acredito que é um dos maiores percentuais de pesquisa dos candidatos das cidades de Santa Catarina, foi vereador, deputado e prefeito", contou.
Tanto Marcelo Lula como Adelor Lessa, acreditam que Clésio Salvaro vislumbra a possibilidade de uma candidatura à majoritária em 2022. "O projeto dele é fechado em 2020: fazer uma eleição com uma vitória consagradora, que isso vai alçá-lo e dar um destaque estadual. Então a partir do ano que vem deve começar a ter uma conversa estadual", pontuou Lessa.
Conforme Adelor, no Sul do estado também tem um outro prefeito com um projeto semelhante ao de Clésio, que é o prefeito de Tubarão e candidato a reeleição, Joares Ponticelli. " Ele tem uma condição favorável na disputa em Tubarão, tem uma porcentagem respeitável. Então ele também tem um projeto semelhante para uma candidatura majoritária em 2022. A única diferença dele é que ele precisa passar pelo aval da Esperidião e pela Ângela Amin, e o Salvaro só precisa do aval da Geovania de Sá, que é daqui e é parceira dele", completou.
Conforme Lula, além de ter Clésio Salvaro, Gelson Merísio e Geovania de Sá, há a hipótese de Dário Berger ir para o PSDB e sejam os quatro importantes nomes para a majoritária.
Já o cenário em Florianópolis também se assemelha com os candidatos do Sul. Na capital, uma disputa ocorre entre Ângela Amim e Gean Loureiro. Segundo Lula, Loureiro escolheu seu vice como alguém 'para continuar a sua gestão', ou seja, tem a possibilidade de uma disputa majoritária em 2022.
Contudo, o cenário de Loureiro com Ângela Amim em um segundo turno, complica mais para a sua vitória. "Não há dúvida que o Gean está em um gás para não tentar competir um segundo turno, mostrando tudo o que ele fez. A Ângela já tenta mostrar o discurso de trazer a mudança, trazendo, como diz ela, a capital que antigamente lutava e era a melhor capital", contou Maria Helena. "A história do Gean é bater a eleição no primeiro turno e se ele ganhar, ele é um forte candidato em 2022", acrescentou Adelor.
Outro cenário do estado debatido foi de Lages, onde o atual prefeito Antônio Ceron busca a reeleição, mas a cidade também tem como candidata a deputada federal Carmen Zanotto, que desempenhou um importante trabalho na pandemia do novo coronavírus.
Maria Helena acredita que o sentimento bolsonarista, as trocas de partidos ou até mesmo processo de impeachment de Moisés pode afetar nas corridas eleitorais nas cidades. "Tem gente aqui de Florianópolis que me fala que vai votar no Loureiro e eu questiono sobre o partido, falando que ele saiu do MDB, por exemplo, e a pessoa me responde 'Ah, eu nem ligo. Ele está fazendo um bom trabalho', então no sei até que ponto essas questões partidárias e até do impeachment do governador Moisés vão interferir nas candidaturas", contou Maria Helena.
Um cenário Bolsonarista se mostra presente também na cidade de Criciúma. "Não duvide que a Júlia Zanatta apareça com vídeos do Bolsonaro, ela é amiga da família antes mesmo de ele ser candidato e ela é uma das poucas pessoas do estado que estarão com a presença forte de Jair Bolsonaro", completou Adelor.
Volta as aulas e o coronavírus
Maria Helena levantou o assunto sobre a volta as aulas e o coronavírus, que voltaria a partir desta terça-feira, 13. Um trabalho da Federação dos Municípios Catarinense (Fecam), juntamente com o Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) e a a Ondimi, que é a comissão dos dirigentes estaduais de educação, avaliam como o s municípios devem agir a partir dessa decisão.
"Sabe-se que há esse decreto que permite a volta das aulas, mas sabe-se que há pais preocupados e muitos municípios não se tem os devidos protocolos para a volta às aulas. As escolas devem ter aprovado esse chamado plano de contingência dos municípios. A Fecam e TCU precisam legalizar alguns pontos importantes, pois as prefeituras precisam tomar algumas ações, adquirir materiais, buscar EPIs, e isso precisa de um aval do TCU para que daqui a pouco não tenha problema com a prestação de contas. Acredito que a maioria dos municípios ainda vão levar um tempo para a retomada, pois isso precisa ser acertado. As escolas e profissionais precisam de um treinamento para essa retomada", enfatizou.
O pleito eleitoral também é um problema, porque a lei eleitoral não coloca a educação como serviço essencial, não apresentando um regramento para que seja adaptado. "Os dirigentes educacionais estão vivendo um momento bem cuidado, os pais estão arredios e temos que encaixar o assunto do coronavírus, pois as pessoas estão levando como se estivéssemos com normalidade", completou.
Aglomerações no feriadão
A questão das praias também foi um assunto levantado por Maria Helena. As imagens da Praia do Rosa chocaram a população, com grande aglomeração no município de Imbituba. "Você fica em um dilema, porque você permite que as pessoas vão para a praia, daí fica no sol com máscara, mergulha tira a máscara, sai da água coloca a máscara, principalmente quando estão falando de uma segunda onda. Não sou pessimista, sou otimista, mas tem que ter cuidado", comentou Adelor.
Marcelo Lula afirmou que conversou recentemente com o ex-ministro do Turismo, Vinicius Lummertz, e uma aposta que ele faz para o turismo pós pandemia é no "turismo de proximidade". "Ele acredita que esse turismo de locais próximos será forte, não teremos viagens para o exterior, as pessoas vão preferir ficar pela região", comentou.
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