O governo de Santa Catarina perdeu mais um secretário neste final de semana. Desta vez, o que era considerado um dos grandes articuladores em um período tão difícil. Amandio João da Silva Júnior foi exonerado do cargo de Secretário da Casa Civil, pouco mais de um mês após ter assumido a pasta que antes pertencera à Douglas Borba - também exonerado. Agora, o governo de Carlos Moisés se encaminha para enfrentar mais um período difícil, entre pandemia de Covid-19 e investigações da CPI dos Respiradores, e sem o até então "braço direito".
As estratégias que serão adotadas pelo governo após a exoneração de Amandio e as expectativas para o depoimento do ex-secretário na CPI desta semana foi pauta entre os jornalsitas Adelor Lessa, Ananias Cipriano, Marcelo Lula, Maria Helena Pereira e o convidado especial Moacir Pereira, no SC em Pauta desta segunda-feira, 29.
Moacir ressalta que apesar de enfrentar um período bastante complicado, ainda é difícil de se prever o futuro de Carlos Moisés. Apesar dos acontecimentos que vão dificutlando a permanência do governador no caso, ainda não há como afirmar se o processo de impeachment acontecerá.
"O navio vai afundando com fatos novos que vem surgindo a cada semana. Se está vendo mais água entrando no caso ou salva vidas tirando água? eu vejo mais água. Quem estava colocando o salva vidas e o navio começava a se levantar era o Amandio. Não era o Moisés quem governava, era o Amândio, que era uma pessoa que tinha um respaldo na área empresarial. Com a saída dele, não acho que o governador terá facilidade em encotnrar um íder político experiente, um empresário competente ou um executivo de alto nível", disse o jornalista.
Moacir ainda afirma que Amandio conquistou uma posição respeitável no governo, sendo representante do setor produtivo e tendo um bom trânsito na área política. Com sua saída, Moisés deve ter dificuldades na busca de um novo perfil para o cargo de secretário da Casa Civil. Uma das alternativas para que Moisés buscasse a reestruturação de seu governo, era ter um líder político de experiência na Casa Civil - algo extremamente difícil de se convencer.
Expectativa para CPI e as dificuldades de Moisés
O deputado estadual Kennedy Nunes afirmou, em entrevista ao programa Adelor Lessa da última sexta-feira, que o depoimento de Amandio da sessão desta terça será importante. "Criou-se uma expectativa muito forte de barulho, de impacto, com o depoimento de amanhã", declarou Adelor.
Além disso, a maneira como se ficou sabendo que Amandio não era mais secretário foi confusa, com falta de esclarecimentos por parte do setor de comunicação do governo. "Ao que parece foi o governador que correu atrás, mas a comunicação ficou muitio difícil, uma nota mínima que não diz nada. Criou-se essa coisa de: saiu? foi triado?", disse Maria.
Para Ananias, a maneira como Moisés tratava sob suspeita quase todas as outras classes civis no seu início de mandato contribuíram para que chegasse no estado em que se encontra hoje. "Acho que o Moisés é vítima de si. Ele colocou sob suspeita os jornalsitas, os empresários, diversas classes do estado, e agora ele é a suspeita, o governo dele é suspeito, qualquer ato do Moisés é suspeito", pontuou.