Os embates envolvem o governo de Carlos Moisés e a CPI dos Respiradores seguem pautando as principais discussões políticas em Santa Catarina. O escândalo que rendeu uma comissão de inquérito é tido como um dos maiores das últimas décadas do governo catarinense. O vazamento de um relatório de sindicância da Controladoria Geral do Estado que aponta para um dos secretários de SC deixa Moisés, novamente, na saia justa de afastar ou esperar sair.
Os assuntos foram debatidos no SC em Pauta desta sexta-feira, 26, pelos jornalistas Adelor Lessa, Ananias Cipriano, Marcelo Lula e Maria Helena Pereira.
Ainda incompleto, o relatório da CGE vazou nesta semana apontando para alguns nomes específicos. Além dos secretários que já não estão no cargo, como Helton Zeferino e Douglas Bobra, o documento também cita o atual secretário de Saúde do Estado, André Motta Ribeiro. Com isso, o governador fica novamente sob o poder de decidir afastar ou não um "acusado", desta vez com a denúncia partindo do próprio governo.
"A Controladoria é um órgão interno do governo, que controla as coisas. Se a controladoria, ligada ao governo Moisés, faz uma sindicância e no seu relatório tem como um dos implicados e denunciados o secretário de Saúde que está no cargo, o governador já deveria tê-lo afastado de imediato", declarou Adelor.
Em sessão da CPI, o controlador geral do Estado, Luiz Felipe Ferreira, destacou que ainda não teria informações para apresentar sobre o relatório de sindicância. No entanto, nessa altura, o documento já havia sido vazado com alguns nomes, o que foi questionado pelo deputado estadual Ivan Naatz, que apontou alguns dos cargos citados. Como resolução futura, foi protocolado um pedido de afastamento do controlador.
"O relatório final tem um processo, você acaba tendo uma linha de raciocínio, tem todo um esboço. Ele poderia ter dito: já está pronto e não quero apresentar agora porque não fechou a ponta. Mas ele disse que não tem mais informações", pontuou Ananias.
A justificativa do governo do Estado de não apresentado ainda o relatório, por mais que ele já tenha sido vazado com alguns nomes, é de que os indiciados ainda não tiveram a sua defesa. "Por que que não foram ouvidas ainda essas pessoas? Porque protocolar um relatório se não está pronto? Será que vai mudar alguma coisa, mesmo ouvindo as testemunhas para indicarem essas pessoas?", indagou Lula.
Além do secretário André, outros nomes como o da servidora Márcia Pauli, do servidor José Florêncio e da própria Veigamed aparecem no relatório. Caberá então julgar quais serão as punições para os então citados.
Desta forma, volta então a discussão de: não seria o momento do governador afastar um secretário suspeito nas investigações?. "No momento de pandemia, em que o estado precisa de gestores com ações rápidas, fortes e conversas com os municípios para que realmente funcionem as ações, temosq ue agir rápido. Ninguém pode esperar uma semana, 15 dias ou um mês. Precisamos, nessa área, de gente com ação", afirmou Maria Helena.