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Secretário de Saúde derrubado pelos respiradores fantasmas

Helton Zeferino pediu exoneração na noite desta quinta-feira. Governador busca um novo secretário em meio à pandemia

Por Denis Luciano Florianópolis, SC, 01/05/2020 - 06:59 Atualizado em 01/05/2020 - 07:06
Ex-secretário Zeferino com o governador Moisés / Divulgação
Ex-secretário Zeferino com o governador Moisés / Divulgação

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O escândalo da compra de 200 respiradores por R$ 33 milhões pelo Governo do Estado derrubou mais um. Depois da queda da diretora de Compras, anunciada ainda na terça-feira, 28, dia em que a denúncia veio à tona, foi a vez de o titular da Secretaria de Estado da Saúde dar adeus ao cargo. Diante da pressão - a Assembleia Legislativa (Alesc) havia aprovado um requerimento solicitando a destituição dele, Helton Zeferino pediu exoneração na noite desta quinta-feira, 30.

Confira também - Helton Zeferino pede exoneração

A saída de Zeferino do cargo foi anunciada por intermédio de uma nota oficial. Nela, é referida que a exoneração foi entregue por Zeferino ao governador Carlos Moisés na noite desta quinta, e que o Governo do Estado reconhece os esforços do agora ex-secretário, salientando o pagamento de dívidas que chegaram a R$ 750 milhões e a construção da Política Hospitalar Catarinense (PHC) como grandes conquistas da gestão. A nota salienta, ainda, a coordenação de Zeferino nas políticas de combate à pandemia de Covid-19, e comunica que o novo secretário será anunciado nos próximos dias.

O documento que anuncia a despedida de Zeferino não faz qualquer menção à compra dos respiradores. Cada aparelho custou R$ 165 mil aos cofres públicos, enquanto outros Estados e a União pagam até R$ 60 mil por equipamentos de qualidade até superior. Em pronunciamento na última quarta-feira, 29, o governador, acompanhado de Zeferino, não conseguiu explicar o acontecido, que tornou-se de conhecimento público por reportagem do The Intercept Brasil.

Confira também - Moisés não explica compra superfaturada de respiradores

Moisés limitou-se a anunciar a abertura de duas sindicâncias para apurar as compras dos equipamentos. A empresa contratada para fornecer os aparelhos, a Veigamed, do Rio de Janeiro, não cumpriu os prazos prometidos e não sinaliza com a entrega, tanto que o pedido de suspensão da compra já foi feito pelo Ministério Público de Contas

Zeferino deixa a Secretaria de Saúde com Santa Catarina registrando 2,3 mil casos de contaminação pelo novo coronavírus e 48 mortes confirmadas.

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