Segue a repercussão da reforma da previdência aprovada em regime de urgência, por pequema margem, na noite desta segunda-feira, 23. Um dos vereadores mais ferrenhos na oposição à forma como feito o projeto, Ademir Honorato (MDB), voltou a atacar a reforma e a administração do prefeito Clésio Salvaro (PSDB), em entrevista ao Programa Adelor Lessa desta terça-feira, na Rádio Som Maior.
Na avaliação do vereador, a diminuição do repasse da classe patronal e o aumento do repasse dos servidores ao Criciumaprev trará prejuízos ao fundo previdenciário e o déficit pode chegar ao R$ 1 bilhão em breve.
"Ou era o prefeito que ganhava e a população perdia, ou o contrário. A população perdeu, é assim que a gente vê. Nós queremos a reforma, ela é necessária, mas da maneira que foi feita, na marra, com a faca no pescoço... Uma reforma magra, feia, com vários erros graves e vergonhosos no projeto. Nós queríamos discutir, melhorar, fazer com cuidado. Aguardem e verão. Tudo ficou resolvido como o prefeito queria", atestou Ademir.
Os vereadores da oposição mantêm a reclamação sobre a mudança das leis e o método de Salvaro de encaminhar os projetos à Câmara de Vereadores. "Só colocou esse projeto porque ganhou a liminar. Essa liminar amanhã pode desfavorecer ele próprio. As pessoas têm que enxergar, olhar mais para frente. Ontem quem perdeu foi a população. Infelizmente temos que respeitar as decisões. Ontem prevaleceu essa mudança na lei toda, nos louros da lei do município, muito ardilosamente pensada. Quem faz política com fígado, é isso o que acontece. Eles ficam atrás do muro olhando a próxima vítima. Ontem a vítima foi a população de Criciúma", atacou Ademir.
O vereador Arleu da Silveira (PSDB), da situação, rebateu o argumento da oposição. "Tenho respeito pelos vereadores de oposição, mas teve tempo hábil para ser analisado. Eu passei o fim de semana estudando-o. Estava totalmente transparente para qualquer tipo de debate. Esses mesmos vereadores fizeram uma CPI para tentar salvar o Criciumaprev, quando é feito um PL para salvar o fundo, eles votam contra. Não consigo entender isso", defendeu Arleu.
Na avaliação de Arleu, a reforma aprovada vai permitir que a arrecadação do Criciumaprev suba de R$ 119 milhões para R$ 120 milhões. Sem a reforma, segundo o vereador, a arrecadação cairia para R$ 90 milhões.
Porém, Ademir reafirma que o fundo sofrerá prejuízos. "O funcionário paga 11%, o patrão paga 22%. Hoje o município recolhe da parte patronal de 28% a 29%. Com esse projeto, ele simplesmente passou o funcionário para 14% e a parte patronal passou para 17%. Muito bonito. Vai recolher menos com o Criciumaprev, vai aumentar o déficit. Essa dívida pode chegar a R$ 1 bilhão. Hoje ultrapassa os R$ 800 milhões. Afirmo: a dívida vai chegar a R$ 1 bilhão. Arrecadando menos, a tendência é aumentar o prejuízo", finaliza Ademir.