O Procon Criciúma vem registrando com frequência, ao longo de 2019, casos de aposentados que estão sofrendo com descontos indevidos em seus contracheques. "São cada vez mais aposentados reclamando dos empréstimos consignados sem autorização", confirmava ao 4oito, no dia 16 de maio, o coordenador Gustavo Colle. Eram acusados descontos, em média, de R$ 50 a R$ 100. Somente em janeiro foram 107 registros, enquanto em todo o ano passado houve 288 reclamações formalizadas.
Os casos apontados em Criciúma são, geralmente, de empréstimos consignados que muitas vezes os idosos assinavam sem saber, e em vários casos de empresas de Mato Grosso e Goiás. O coordenador contava, na ocasião, que em geral o Procon, quando acionado, consegue cancelar os tais "benefícios" e conseguem a devolução dos recursos.
Confira: Avançam as denúncias contra empréstimos consignados.
A denúncia nacional
Os problemas não parecem ser exclusividade dos aposentados criciumenses. O Fantástico, da Rede Globo, referiu em reportagem na noite deste domingo que as polícias Civil e Militar estão investigando o golpe do seguro, que varia de R$ 19 a R$ 52, e que oferece uma série de vantagens, que vai de auxílio funeral a encanador e conserto de eletrodomésticos. São milhares de aposentados que, conforme a reportagem, são cobrados por seguros que não contrataram.
A Centrap (Central dos Aposentados e Pensionistas do Brasil) é o agente das parcerias, com o grupo de seguros Sabemi. As vítimas reclamam que dados sigilosos, que estão nos sistemas do INSS, caem nas mãos dos golpistas sem autorização dos aposentados. Agenciadores captam clientes, repassam aos correspondentes bancários que fazem os cadastros nos seguros. Contratos eletrônicos com assinaturas falsas são enviados ao INSS, que autorizam os descontos pelos bancos.
Estudando punições
Voltando a Criciúma, o Procon estuda medidas para conter os abusos contra aposentados. "Estudamos a possibilidade de penalizar as financeiras e até os bancos. A ideia é multar e, em caso de reincidência, interditar a agência, mas são estudos que temos feito", informa o coordenador Gustavo Colle.
Confira abaixo a reportagem da Rede Globo sobre o tema: