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Sete meses de preparação para uma nova direção no Criciúma

Waldeci Rampinelli e Walter Ghislandi projetam futuro do Tigre a partir do próximo ano

Por Guilherme Nuernberg Criciúma - SC, 15/05/2020 - 14:39
Foto: Denis Luciano / Arquivo
Foto: Denis Luciano / Arquivo

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Com a saída já projetada do presidente Jaime Dal Farra, o Criciúma tem até o final do ano para se preparar para uma nova administração. "É como se você recebesse a notícia que a esposa está gravida e no final do ano o filho irá nascer. O Conselho tem sete meses para preparar, preparar o enxoval dessa criança que será entregue no dia 1º de janeiro", comparou o empresário Waldeci Rampinelli.

Para Rampinelli, a situação do Tigre a ser resolvida é no âmbito da gestão. "O futebol precisa ser repensado a nível de Brasil, principalmente neste momento da economia. Vamos passar por uma nova etapa em todos os segmentos. Recebemos um limão e temos que transformar em limonada. O Criciúma tem todo tempo para pensar o que se fazer", comentou o empresário que também já atuou como diretor de Futebol do Criciúma. 

O empresário Walter Ghislandi, que é envolvido também no futebol amador, avalia que o modelo de gestão que vem sendo usado no Criciúma não é ruim, desde que haja um bom investidor. "Falar de futebol sempre requer investimento. O momento é díficil para se falar disso, economicamente é bem complicado. Se tivesse disponibilidade de continuar na cidade com esse modelo acho que seria muito importante porque tira um pouco da paixão excessiva que um grupo de pessoas teria na gestão do clube e passaria a ser mais racional", comentou. "Acho que vai ser um pouco difícil encontrar alguém capaz de fazer os investimentos necessários para seguir agora", ponderou. 

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O modelo requer planejamento a longo prazo, de cinco anos ou mais, para ter a possibilidade de formar ativos com as categorias de base e executar um plano com contratações pontuais. Ghislandi comparou, guardada as devidas proporções, o modelo de gestão utilizado em outros times do país. "O formato do Grêmio é espetacular, um presidente forte, conselho forte. O presidente conseguiu união, apaziguar os movimentos políticos dentro do clube. O Flamengo hoje é o Flamengo porque começou a adotar a gestão, a equipe do [Eduardo] Bandeira entrou lá e arrumou a casa em cinco anos com planejamento", comentou.

Em contrapartida existem os exemplos negativos no país. "O São Paulo, Cruzeiro, Vasco e Fluminense são exemplos. Um conselho que tem uma pessoa personalista é um pouco mais difícil esse entendimento. Repensar o futebol, o modelo de time que se quer, vai passar pela vontade e pela força de um conselho. Em resumo, o Criciúma tem um dono que são os sócios, o Conselho e a torcida", avaliou o Ghislandi.

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