A preocupação com a febre amarela - e a necessária vacinação da população - continua. Um macaco bugio foi encontrado morto no sábado na localidade de Mina Fluorita, em Morro da Fumaça, fazendo aumentar a preocupação, na medida em que o animal é a primeira vítima quando a doença chega a uma região. Assim foi em Joinville e municípios próximos, onde macacos apareceram mortos e após houve a confirmação de um óbito por febre amarela, no fim de março.
O bugio localizado no sábado é o sexto macaco morto nas últimas semanas na região. Mais uma vez, como vem ocorrendo com os últimos, as condições das vísceras não permitiram a coleta de amostra para o exame laboratorial que confirmaria a causa da morte.
Dos anteriores, houve mais um em Morro da Fumaça, um em Criciúma no Bairro Demboski e um em Urussanga que, conforme relatos de testemunhas, desdobra-se em três casos, já que outros dois também morreram mas não foram localizados pelos agentes da Gerência Regional de Saúde.
Segundo macaco com febre amarela
A Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina (DIVE/SC), vinculada à Superintendência de Vigilância em Saúde (SUV), da Secretaria de Estado da Saúde, confirmou nesta segunda-feira, 17, o registro da segunda morte de macaco por febre amarela no estado.
A coleta do material para análise foi realizada no dia 4 de maio, após moradores do Bairro Canela, localizado no distrito de Pirabeiraba, em Joinville, notificarem à Secretaria Municipal de Saúde sobre a morte do animal. As amostras do bugio foram encaminhadas para o Laboratório Central de Saúde Pública de Santa Catarina (LACEN) e seguiram para a Fiocruz, no Paraná, laboratório de referência para o estado.
"Eles são vítimas da doença e sinalizam a circulação do vírus na região. Por isso, ao encontrar um macaco doente ou morto, a Secretaria Municipal de Saúde deve ser comunicada imediatamente. Com essa notificação, são desencadeadas as ações na região”, explica João Fuck, gerente de zoonoses da DIVE/SC. Ele reforça que os macacos não são transmissores.
Vacinação
A febre amarela é uma doença grave, transmitida por mosquitos em áreas de matas e urbanas. A única forma de se proteger é através da vacinação. Todos os moradores de Santa Catarina, com mais de 9 meses de idade e que ainda não foram vacinados, devem procurar uma unidade de saúde para se imunizar contra a doença. Uma única dose é suficiente para proteger por toda a vida. No Estado, até o momento, a cobertura vacinal está em 74%. O ideal é vacinar, ao menos, 95% da população dentro do público-alvo.
Febre amarela em SC
No dia 28 de março de 2019, Santa Catarina já havia confirmado o primeiro caso de febre amarela autóctone (contraída dentro do estado) em humano. O paciente era um homem, de 36 anos, que não havia se vacinado e evoluiu para óbito. Ele morava na localidade de Pirabeiraba, em Joinville, no Norte do Estado, justamente na mesma região de onde agora veio a confirmação do óbito do macaco pela mesma doença.
No começo de abril, a DIVE/SC também confirmou a primeira morte de macaco por febre amarela no estado. O macaco (bugio) foi encontrado morto no dia 20 de março em uma área de mata no município de Garuva, no Norte do estado.
Desde o segundo semestre de 2018, seguindo recomendação do Ministério da Saúde, todo o estado de Santa Catarina tornou-se Área com Recomendação de Vacinação (ACRV) para febre amarela - antes, 162 municípios catarinenses já integravam a ACRV -. Desde então, todos os moradores catarinenses com mais de nove meses de idade devem procurar os postos de saúde para se vacinar contra a doença.
"Santa Catarina é um Estado com áreas muito extensas com coberturas de matas, há muita prática de esporte na natureza, por isso há um alerta para a população se vacinar. A Secretaria de Estado da Saúde declarou campanha até 20 de abril para promover outras estratégias de chegar às pessoas além do posto de saúde, mas é importante que aqueles que ainda não foram vacinadas procurem o posto mais próximo. Se tiver uma doença ou alguma restrição, isso será orientado no posto", explica a superintendente de Vigilância em Saúde em Santa Catarina (SUV), Raquel Ribeiro Bittencourt.
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