Em pouco mais de 40 minutos, a senadora Simone Tebet teve a oportunidade de apresentar, em entrevista à Rádio Som Maior e ao 4oito, as suas ideias enquanto pré-candidata do MDB à presidência da República. Foi a sequência da série Presidenciáveis, na qual já foram ouvidos Sérgio Moro (Podemos), Ciro Gomes (PDT), Luiz Felipe D´Ávila (Novo), João Doria e Eduardo Leite (PSDB).
Simone pautou a sua fala em propostas. Não avançou tanto em ataques aos principais concorrentes, como fizeram os entrevistados anteriores. Mas não deixou de citar o atual presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que pontuam as pesquisas. Questionada sobre o que indagaria aos dois em debates, ela discorreu uma fala que já serve de definição de uma base "do que não fazer" em um eventual governo do MDB.
"Para o Lula, eu perguntaria como ele deixou, tendo a caneta na mão, e vale para o atual presidente, como deixou ser sequestrado por uma ala ruim da política brasileira e deixou existir mensalão, petrolão, e o atual governo de Bolsonaro deixou o orçamento, que é composto dos impostos do povo, ser sequestrado por uma ala da política brasileira que em vez de fazer bom uso, só atende currais e não tem projeto para o Brasil. Bolsonaro foi o presidente com maior apoio popular e Congresso mais renovado, ele que falava que não era da política, que faria diferente, teve oportunidade, pois teve um Congresso reformista e mais renovado dos últimos 30 anos, dois terços do Congresso renovado, gente nova. Não teve desculpa para não fazer o que precisava ser feito. Três anos se passaram e não apresentou um projeto decente para o desenvolvimento do País. O meu governo, se for eleita, e só falo como pré-candidata, será um governo de respeito ao dinheiro público com ética e moralidade e resolutividade, e soluções para todos, especialmente as classes mais necessitadas", afirmou.
O apoio do MDB
Simone tem demonstrado confiança no apoio maciço do MDB, embora as tradicionais divisões do partido em nível nacional. "O mais importante que tudo é entender a minha pré-candidatura, a única mulher, do centro democrático, do maior partido do Brasil com maior número de prefeitos, vices e vereadores", salientou. E voltou à meta de romper com a polarização de bolsonaristas e lulistas. "Romper essa polarização, esse discurso de ódio ideológico que assola o Brasil e faz com que o Brasil entre no mapa da fome. Um país tão rico com desigualdade social tão grande, com recorde de desempregados, atingindo todos os setores da economia e com reflexo negativo no social e na educação", afirmou. "Com crianças fora da sala de aula, que não sabem ler nem escrever. A forma de romper essa polarização é se apresentando ao país", completou.
O fato de ser pouco conhecida em nível nacional pode, para a pré-candidata, ser um trunfo. "Entre os candidatos, sou a menos conhecida, mas tenho a menor rejeição, isso nos dá uma avenida de possibilidades, pelo diálogo político com a sociedade, mostrando que o caminho ideal é o do equilíbrio, do diálogo, e com viés muito específico. Nós temos que acabar com a desigualdade social e regional tão grande que o Brasil tem hoje", apontou. "Temos Santa Catarina como um grande Estado, eu sei que Criciúma tem um grande IDH, fui prefeita de Três Lagoas, metade de Criciúma, e em Santa Catarina e Criciúma estão na importância da industrialização", emendou. "Há uma avenida de possibilidades entre os que não querem voltar ao passado nem manter esse presente que aí está", reforçou.
Simone Tebet fez uma defesa do MDB quando questionada sobre eleições anteriores, quando candidaturas como as de Henrique Meirelles, Orestes Quércia e até Ulysses Guimarães foram postas de lado pelos próprios emedebistas. "O momento é outro", diz ela. "Um momento muito similar àquele que vivemos há 30 anos no sentido da gravidade da crise que assola o país. É uma crise institucional, as instituições não se respeitam mais, diante desse cenário de desgoverno acaba atingindo a economia", acrescentou. "Quando eu faço esse paralelo é para lembrar que o MDB, que é muito mal compreendido às vezes, é um partido de soluções, que se faz presente nos grandes momentos. É um gigante que precisa ser acordado. Foi assim na redemocratização, na Assembleia Nacional Constituinte, foi assim quando tiramos da letra da Constituição os direitos sociais, tornando-os direitos do cidadão", enfatizou.
Ainda sobre a participação do MDB na última eleição, com Henrique Meirelles que teve em torno de 1% dos votos, ela lembrou que "a candidatura do Meirelles foi própria, ele quis ser candidato e o partido deu oportunidade. A nossa candidatura veio da base, da militância, ontem eu conversei com líderes do MDB de Santa Catarina, ela nasceu do MDB Juventude, do MDB Mulher, do MDB Trabalhista, dos 2 milhões de filiados que nós temos. Agora é a hora de o MDB mostrar que é nos momentos de maior dificuldade que o partido tem as melhores soluções para Brasil".
A discussão prévia da eleição
A senadora apontou a vantagem de ter uma pré-campanha tão adiantada. "Não me lembro de uma eleição que tenha uma pré-campanha tão cedo como está acontecendo agora, e isso também é muito bom pois permite à população discutir política 8 meses antes da eleição", registrou. Sobre a eleição passada para a presidência, ela crê em uma perspectiva diferente agora. "O que aconteceu em 2018 é outro cenário. Eleição é olho no olho, é falar para o eleitor que me importo com você e tenho um projeto de governo criando-se um programa não de governo, mas de Estado, para resolver o seu problema", frisou.
Ela acredita que o plano de governo a ser desenvolvido será um fator de união partidária. "Qual programa que temos? É um programa que vai ser construído e está sendo construído por diversas mãos, mas não dá para fugir do mais grave, que é a desigualdade brasileira, não só a social, mas a regional, no quesito conhecimento. Qualquer candidato tem que apresentar solução para esse problema, e só soluciona de duas formas, de um lado cortando despesas, fazendo aquilo que precisa ser feito, diminuindo a máquina pública, tendo os recursos do que o povo paga", comentou. "E passa por uma reforma tributária que garanta correção das distorções, permitindo ao micro e pequeno empreendedor que possa produzir seus bens e serviços com menor carga tributária possível para gerar emprego. É importante dar dinâmica à economia", completou.
A luta contra o desemprego será uma das bandeiras erguidas por Simone Tebet na campanha. "A indústria que hoje está sucateada precisa da nossa força, e temos que diminuir o desemprego. E eu sei que o sonho de qualquer mulher chefe de família, qualquer mãe é ter também o sonho da casa própria. É importante suscitar um programa habitacional, entregando a chave da casa própria para toda a população brasileira. E, por fim, como professora que sou, investir fortemente na indústria do conhecimento, não só a educação básica, mas o curso profissionalizante, o ensino universitário, ciência, tecnologia e inovação", enfatizou.
Não privatiza a Petrobras
Indagada sobre privatizações, Simone Tebet apontou que algumas estatais podem ser repassadas à iniciativa privada, mas que há outras estratégicas que devem ficar sob o controle nacional. "São necessárias, mas de forma diferente. Primeiro lembra que a discussão não é Estado mínimo ou máximo. É Estado necessário para servir, fazer o que tem que fazer, o Estado é nosso, existe para prestar bons serviços ao cidadão que paga seus impostos. Como professora de gestão pública eu dizia sempre que a partir daí temos que dizer o que será ou não privatizado. Tem que ser privatizado o que só gasta, na ineficiência. O que é do povo e dá certo, como os bancos públicos e a Petrobras, isso tem que continuar na mão do Estado", avaliou. "Quando falamos de privatização não é para pagar dívida, como se fez no passado, e era o que devia ser feito, tínhamos que dar uma resposta ao FMI. Hoje a realidade é outra, naquilo que se privatizar tem que ir para o social, esses bilhões tem que ir para o sistema habitacional, para a saúde, a educação", emendou.
Na questão política do MDB, foi mencionada a postura do senador Renan Calheiros, que recentemente apontou preferência pela candidatura de Lula à presidência. Simone disse que avalia com tranquilidade essa situação. "Com muita tranquilidade. È interessante, quando todo mundo fala sobre resolver o problema interno do MDB só falam do senador Renan, mas o MDB é muito maior que um senador e um governador. Antes de ontem tivemos reunião da Executiva onde estava 90% da Executiva, apresentamos o ex-governador Rigotto do Rio Grande do Sul como coordenador do plano de governo, antes a equipe econômica e a agência da nossa pré-campanha. Estávamos ali com a maioria absoluta da Executiva, dos senadores, todos prontos para ajudar. Daí se fala em um ou outro ausente. É natural esse processo da pré-campanha, a diferença é que tudo está no mundo digital, e todo mundo sabe de tudo. Não tenho dúvida que teremos apoio em massa, vou andar o Brasil, em breve estarei em Santa Catarina me apresentando ao País", analisou. "Eu já tenho 20 dos 27 diretórios do partido, estou mais preocupada em me apresentar ao País", frisou.
"A população não pode errar"
Para Simone Tebet, esse é um momento decisivo da vida brasileira. "A população não pode errar. Nós estamos diante de uma das eleições mais importantes da nossa história, tentando definir qual Brasil queremos a partir de 2023. Não podemos nos dar ao luxo de errar. Esse voto é importante para nossos filhos e netos. Esse momento é muito importante, que todos os pré-candidatos possam percorrer o Brasil, para que Santa Catarina saiba que não temos somente duas opções", afirmou.
Sobre o fato de ser citada por vários partidos da terceira via como uma boa alternativa para vice-presidente, Simone Tebet fez questão de tratar da mulher na política como um espaço a ser reforçado. "Seria diminuir o papel da mulher nas condições de trabalho, quero crer que não seja por ser mulher, que citar o meu nome não seria por ser mulher para ser vice. Sou a única pré-candidata mulher. Se for pelo lado da Simone bem representar por ser boa parlamentar, ser professora universitária, primeira mulher prefeita do seu município, primeira mulher presidente da Comissão de Constuição e Justiça e ser uma boa parlamentar, daí respondo diferente. Se tenho qualidades, mais um motivo para não ser vice, e sim presidente", comentou.
E garantiu: vai lutar até o fim para ser a candidata do MDB. "Eu não tenho plano B, nem C, nem D, eu sou pré-candidata a presidente pois sou o único timbre feminino em um universo tão masculino, para falar por toda a mulher, da direita, da esquerda, a empresária, todas, independente da cor e da religião", salientou. "Por todos os motivos, eu não tenho outra saída a não ser dizer para esses partidos, sou pré-candidata até o final, vou à convenção pois tenho responsabilidade pelas famílias brasileiras", sublinhou.
Federações partidárias
Simone Tebet teve especial participação nas discussões das federações partidárias no Congresso. "Eu tive o privilégio de relatar a PEC que criou o sistema de federação, foi uma forma que achamos de evitar um retrocesso inimaginável que gerava toda sorte de corrupção, essas coligações proporcionais, é o que atrapalha todo o sistema do presidencialismo que temos. A federação foi criada, e já existe em alguns lugares, com viés ideológicos, e impedir que os partidos pequenos fossem extintos. O que vai funcionar são as federações de partidos com ideologias claras. A federação não é só para a eleição, ela é um casamento com prazo de validade e geralmente longo na média brasileira. Você faz a federação do A com o B e eles têm que votar unidos nos quatro anos de mandato do presidente. Isso é saudável", opinou.
A senadora contou que o MDB dialoga com União Brasil, PSDB e Cidadania. "É muito complicado fazer federação de partido de direita com esquerda. Eu sou cética, acho que o diálogo tem que acontecer, o presidente do MDB está certíssimo em dialogar com Cidadania, PSDB, União Brasil mas eu acho difícil sair do papel. Eu acredito mais no apoio, do União Brasil vir conosco, com o nosso projeto, no sentido de apoiar, de dar declaração que apoia a nossa candidatura independente de federação", afirmou. "Que o centro democrático está poluído, que tem 20 candidatos, hoje se forem ver os pré-candidatos vão ficando pelo caminho. As candidaturas de centro são três ou quatro e, lá na frente, vão convergir, e nosso trabalho é para convergir em nosso nome. Lá em julho não teremos mais que dois pré-candidatos além do ex-presidente e do atual presidente", emendou.
O PSDB
Tebet está dialogando com o PSDB para uma possível composição. Mas não crê na formação de uma federação com os tucanos. "Eu acredito no entendimento. O PSDB é um partido histórico e tradicional, que sabe da responsabilidade, que dois ou três nomes da terceira via inviabiliza qualquer nome e precisamos estar no segundo turno. Estamos dialogando. Eu já estive com o governador Dória, com o Felipe D´Ávila, estarei com o Sérgio Moro, estive com o Cidadania, que pode acontecer uma federação do Cidadania com o PSDB e abrindo mão da sua candidatura, estamos dialogando e o caminho é pelo diálogo", respondeu.
Simone não se comprometeu com a prioridade para uma reforma política, apontando outras prioridades. "A cada dois anos a gente muda a legislação. Algo que levarei para a minha biografia é que o partido que eleger negros ou mulheres, terão o dobro do Fundo Eleitoral e Partidário, uma forma de estimular o fato de sermos tão subrepresentados na política tanto por negros quanto mulheres. As pessoas estão passando fome e por preferir comer, estão se endividando, colocando uma barraquinha na praça pois não tem onde morar", respondeu. "Essa é a realidade do povo brasileiro, e isso que temos que entender, urgente uma reforma tributária, que permita que o micro e pequeno, que o agronegócio possam ter fôlego, ter caixa para ampliar seus negócios e aumentar o número de empregos formais e informais. Precisamos de emprego, salários, renda, as crianças nas escolas e creches. Por isso não vamos fazer uma reforma política mas uma reforma administrativa que enxugue gastos. O servidor público não é o vilão da história, precisamos é cortar o contracheque de quem ganha R$ 150 mil por mês, fazer uma reforma administrativa justa", completou.
Enxugar o Estado
A emedebista salientou a necessidade de diminuir o tamanho do Estado, para viabilizar investimentos. "O Estado é um paquiderme, consome muito os impostos. Por outro lado, uma reforma tributária justa, onde quem tenha mais possa pagar mais impostos e quem ganhe menos alivie a sua carga. Essas são as reformas ideais. A única exceção que coloco, e essa é feita a cada dois temos, temos que rediscutir o fim da reeleição, mas isso está sendo discutido agora no Congresso", destacou.
Simone Tebet foi indagada sobre o Fundo Partidário. "Eu sou a favor do Fundo mas contra esse aumento milionário. Eu sou a favor do Fundo, do orçamento público da democracia. Não estamos financiando um partido, mas a democracia, que volta e meia é ameaçada por falas infelizes, ataques às instituições e à imprensa livre. O financiamento público substituiu o financiamento empresarial, de onde surgiu toda sorte de corrupção. O financiamento por empresa que depois cobrava tal obra, tal licitação com obra superfaturada. Foi o financiamento privado que levou ao petrolão, não devemos esquecer do mensalão. Estamos diante de um pré-candidato que traz consigo tudo aquilo que não queremos mais. O dinheiro já é curto fazendo o dever de casa, usando o dinheiro público para servir, imagine esse dinheiro na mão de esquemas milionários", relatou."Eu sou a favor do financiamento público, mas não do financiamento milionário. Eu votei contra a redução do Fundo. Eu votei pela manutenção do veto", completou.
Preços dos combustíveis
Definir uma nova política para os combustíveis é uma preocupação para a senadora. "Não podemos deixar para 2023 pela urgência. Vou falar como senadora. Na segunda-feira temos reunião de líderes, da qual faço parte como líder da bancada feminina, teremos a exposição do relator, já estudei o processo. Uma solução imediata e perene não temos. O preço tem duas variáveis, impactando a renda e o salário, o preço da energia e dos combustíveis. Com relação ao preço dos combustíveis, somos autosuficientes em produção. Quem poderia imaginar que o Brasil está caminhando autosuficiente na produção de petróleo, mas não somo autosuficientes no refino. Mandamos o petróleo para fora para o refino, e quando vai para fora bruto e vem refinado, ele vem muito mais caro", argumentou.
Ela salientou o conteúdo da discussão que está em andamento no Congresso. "O projeto que está sendo desenhado no Congresso, todo mundo deve ceder. Temos que mexer nos impostos federais, na alíquota do ICMS, criar um imposto de importação para as petrolíferas pagarem, para virar um fundo para quando o dólar estiver alto a gente possa compensar diminuindo o preço na bomba. Vamos injetar o dinheiro do imposto que as petrolíferas pagaram para diminuir o preço do combustível na bomba. Não é imposto para aumentar a carga tributária, mas para que três, quatro paguem, e quando eles mesmos estiverem comercializando o combustível mais caro, que possamos diminuir em torno de R$ 1,20 em cada litro", destacou. "Não é só criar imposto, talvez tenha que utilizar os dividendos que a Petrobrás paga para a União para criar essa poupança, para quando o dólar estiver alto a gente injetar baixando o preço do combustível", emendou.
Os votos dos apáticos
Foi lembrado à senadora Simone Tebet o papel determinante que terá para as eleições o voto dos chamados apáticos, a grande maioria da população que está alheia ao debate político. Ela respondeu o que fará para conquistar esse eleitorado. "De tudo um pouco. Tenho essa convicção, de que um dos veículos mais democráticos que temos, capaz de atingir todos, em qualquer momento, é o rádio. Comunicação é decisiva, vou estar pronta para falar em qualquer rádio, em qualquer veículo de comunicação, e já estou fazendo isso. Paralelo a isso, temos um cronograma de percorrer nos próximos 90 dias todas as capitais do Brasil. Nesse momento também não só nos comunicando pelo rádio mas um trabalho de caminhada da esperança, propositiva, dizendo que sim, o Brasil passa por dificuldades, mas é muito maior que o presidente, que suas favelas, nenhum país do mundo tem as riquezas e as oportunidades que o Brasil tem. Todos os climas, todas as terras, o tamanho permite produzir uva no Rio Grande do Sul e no Nordeste, um país que tem o maior manancial de água doce e uma quantidade de mão de obra que só precisa da qualificação para entrar no mercado de trabalho", detalhou.
A pauta da emedebista promete ser de muitas propostas. "Eu vou para uma ideia propositiva, de um otimismo realista, não tenho idade para ser romântica. O Brasil tem jeito, estou apresentando uma solução para o Brasil, principalmente com a presença física. Eu já fiz cinco campanhas, a troca mais democrática é a de uma campanha, onde a gente se apresenta, e apresenta o que tem, e recebe do eleitor o carinho, a atenção, a acolhida, mas tem a receber a experiência do cidadão mais simples, daquele mais intelectual. Essa troca vai fazer com que a gente construa um programa pronto, equilibrado, que atinja todos os problemas", referiu.
O legado da CPI da Covid
Simone foi uma ativa participante da CPI da Covid. "A CPI colocou a vacina no braço do brasileiro e salvou milhares de vidas. Não tenho medo de dizer que houve omissão dolosa do Governo Federal na compra das vacinas. E está falando alguém que atuou não só como senadora, mas como alguém que deu aula de Direito Público e analisou vários contratos, há indícios graves de crimes gravíssimos, de corrupção, contra a Administração Pública. Havia uma tentativa dentro do Ministério da Saúde de superfaturar as doses das vacinas, e isso agora está na mão do Ministério Público. O procurador-geral da República tem que tirar o relatório da gaveta e dar uma satisfação da sociedade", destacou.
Para a senadora, é preciso avançar na punição aos responsáveis pelo retardo da vacinação dos brasileiros. "Grande parte das vítimas da Covid-19 nos deixaram porque o governo foi omisso, de forma dolosa, não acreditava na vacina, negou a vacina e nega até hoje, tamanho do que é essa pandemia e por conta disso não fez o dever de casa. Nós, na CPI, tivemos que pressionar o governo em todos os sentidos para ele agir", respondeu.
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