Em meio à pandemia, o Tigre aguarda a reorganização do calendário do futebol catarinense para voltar aos treinos presenciais. Com a saída de seis jogadores em fim de contrato, o clube aguarda o posicionamento da Federação Catarinense de Futebol (FCF) para saber se poderá inscrever novos jogadores para a fase final do estadual, ainda sem data prevista para acontecer.
Deixaram o clube nomes como Fabão e Murilo, o meia Carlinhos e o atacante Daniel Cruz. Surgiu especulação de bastidor de que o atacante Andrew, destaque da equipe desde a metade do ano passado, poderia sair para uma proposta do futebol da Macedônia ou Noruega. O diretor executivo do Tigre, Evandro Guimarães, em entrevista ao Portal 4oito, negou a saída do jogador.
"Por enquanto não tem jogador nenhum saindo. Do meu conhecimento não tenho nada sobre o Andrew. A ideia é não liberar nenhum jogador agora", avisou Evandro. O dirigente reforça que o clube pretende manter as peças que permaneceram no elenco, mas que caso surja alguma proposta muito boa, aceitaria liberar o atacante. "Existe um compromisso, estamos bem fechados para poder chegar no estadual. Agora, se chegar algo fora da realidade que a gente entenda que poderemos ir ao mercado para fazer uma reposição, aí eu não vejo problema, mas tem que ser algo que possa nos dar um ganho técnico", acrescentou Evandro.
A SC Clubes e o governo do Estado tratam do possível retorno do Campeonato Catarinense para junho, provavelmente na segunda quinzena, de acordo com o presidente da Associação, Francisco Battistotti. Encontros entre os clubes e a Federação Catarinense de Futebol (FCF) levantaram o debate sobre novas inscrições para o Campeonato Estadual, afim de repor as saídas de jogadores que os clubes tiveram em meio à pandemia.
"Para o estadual a gente aguarda uma posição da Federação, da possibilidade de haver novas inscrições, que deve ficar em volta de três. A gente tem conversado, negociado, atentos às possibilidades de mercado para fazer as reposições", alertou Evandro. Os jogadores que saíram, de acordo com o diretor, foram apostas que não deram o resultado esperado. "O que aconteceu foram contratos que acabaram, de apostas que não se concretizaram".
Projeto de retorno
Cético quanto à possibilidade sanitária de um retorno ao futebol neste momento, enquanto os números de contaminações de Covid-19 seguem crescendo, Evandro - tricampeão estadual e campeão da Copa do Brasil pelo clube, em sua passagem como jogador entre 1989 e 1991 - almeja títulos na temporada para o Criciúma.
"Há muito tempo que não ganhamos o estadual. O Jaime (Dal Farra) quer porque quer ser campeão, a motivação continua. O que aumentou foi a nossa responsabilidade", afirmou o diretor. Ele comentou também sobre a saída de Dal Farra no fim do ano. "O que aconteceu foi um anúncio, que precisava ter um tempo que o clube pudesse negociar e começar as tratativas de substituição e manter o padrão administrativo. O clube não teve títulos, mas não pode questionar a administração. Jogo é jogo, a bola entra ou não entra", pondera.
Na temporada, o Criciúma ainda balança dentro de campo. O começo foi inconstante no Catarinense e o time concluiu a primeira fase do campeonato em quinto lugar, com 13 pontos em nove jogos. Enfrenta, nas quartas de final, o Marcílio Dias, em jogos de ida e volta ainda com datas a serem definidas. Evandro, entusiasta da força física da equipe de 1991, ano de maior glória carvoeira, ressaltou a identidade de batalha do elenco atual.
"Se esse time não tivesse fechado e unido, depois daquela derrota do Santo André (4 a 1), que foi frustrante pela importância da Copa do Brasil para o torcedor do Criciúma, ser eliminado em uma derrota daquelas, era para ter arrebentado o trabalho. Tínhamos pela frente Avaí e Chapecó fora, unimos forças, vencemos Avaí e o empate com a Chapecoense lá, o time demonstrou uma força de mobilização, de busca e reconstrução. Ficamos fechados no sentido de vamos recuperar e não se abalar", destacou.
"Chegamos com muitas críticas, que eu não tiro a razão, faz parte. Serve de incentivo, levamos para dentro, absorvemos o que é verdadeiro e pensamos em superar aquilo que são exageros e não condizem com a realidade. A gente tem que trabalhar", concluiu o diretor.