O Criciúma reúne seu Conselho Consultivo na tarde desta terça-feira, 26, para discutir o futuro do clube pós rompimento do contrato de parceria com a GA e a conclusão do mandato do presidente Jaime Dal Farra, anunciado para o fim do ano. O ex-presidente Moacir Fernandes, que tem sido um dos mais ativos participantes das discussões sobre um novo modelo para o Tigre, levou a ideia de um grupo de empresários cotistas, com investimentos maiores, e a abertura para aportes de torcedores com a compra de cotas em menor número para também contribuir com a viabilização do projeto.
"Acho que vai dar tudo certo, existem intenções dos empresários de colaborar, evidente que não ficando na mão somente de um mais pulverizando isso. Provavelmente uma ideia de vinte empresários que temos, que possam colaborar com o clube, para um investimento inicial e retorno lá na frente", afirmou Moacir, em entrevista à Rádio CBN Diário no começo da tarde desta terça, antecipando o conteúdo que levaria ao encontro virtual com os demais ex-presidentes convidados. "Se pensa em cotas, tem muito torcedor do Criciúma que pode ajudar com R$ 1 mil, R$ 2 mil, R$ 5 mil. Eu não vejo como isolar esse pessoal que quer colaborar com menos. Provavelmente será um sistema de cotas, cada um compra conforme a sua capacidade, mas o objetivo é fazer um investimento forte, esse é o pensamento, e que na sequência se tenha retorno", emendou.
Confira também - União de empresários seria o caminho para o Criciúma, diz Moacir
A intenção é que o investimento seja local e regional, sem aportes de fora no Criciúma. "Não existe ideia de trazer investidores de fora. Os investidores seriam da região mesmo. Uma parcela de vários para não ter problemas de desgaste pessoal. Se houver investimento único, se deu certo, deu certo, se deu errado, não deu certo com o Angeloni, com o Dal Farra e é muito difícil que dê certo se não tiver apoio em massa da torcida", destacou. "Nosso torcedor é muito ferrenho, muito exigente, é muito difícil fazer futebol sem o apoio deles", sublinhou o ex-presidente.
Moacir lembra que o clube estar sem dívidas ajuda, e bastante. "O Criciúma tem uma vantagem, ele não deve nada para ninguém, vai receber o clube zerado, sem ações trabalhistas. O clube entra zerado, sem pendências. É importante que haja um acordo com o Dal Farra, o elenco pertence a ele, existe um acordo, se houver uma continuidade, senão desde já temos que começar a preparar um time para janeiro", observou. Não acredito em futebol com investimento de fora, de um único investidor, eu honestamente não acredito. Mantenho mais ou menos, se me couber decidir alguma coisa, a mesma filosofia", comentou.
Faltou gente "com noção de futebol" para Dal Farra
Sobre o ainda presidente Jaime Dal Farra, Moacir afirmou que ele "é um entusiasta do futebol. Ele queria ser presidente. Ele na realidade já cometeu um erro inicial, o Antenor Angeloni estava saindo para não colocar mais dinheiro, ele comprou uma conta que estava extinta, ele pegaria o clube zerado, ele preferiu comprar essa conta, não sei porque, ou parte dessa conta". Para Moacir, Dal Farra errou ao não se cercar de pessoas com "noções de futebol para agregar". "Eu não vejo que ele tentou trazer pessoas com noção de futebol para agregar. Ele pecou nisso, ele não se agregou com gente que pudesse correr um Rio Grande do Sul, ver o que tem lá, pegando um aqui, outro lá, com características certas para jogar no Criciúma", afirmou.
Para o ex-presidente, Jaime Dal Farra tem que ser chamado para as conversas sobre a futura gestão. "A primeira reunião que deve acontecer, se acontecer, vai ser com Dal Farra, para ver o que ele pensa. Se ele achar que os jogadores são dele, e ele quer, os jogadores são dele, o Criciúma dá atestado liberatório e ele leva os jogadores. Daí temos que andar rápido para fazer esse time. A outra opção é fazer uma parceria com ele, com percentuais, e ele vai tirando o dele conforme acontecer", relatou. Moacir está confiante que Dal Farra vai prestar apoio na transição. "O Dal Farra eu conheço bem, ajudava o Criciúma todas as vezes que eu o procurei, sempre foi solícito. Talvez fosse um sonho ser presidente e ele não se estruturou e não conseguiu agregar duas ou três pessoas que pudessem trabalhar, para ter uma equipe, um acompanhando o profissional, outro o amador, outro ir atrás de jogadores, outro tratar da comissão, unindo quatro ou cinco pessoas que feche o cerco de uma maneira muito clara", reforçou.
Moacir no futebol
Moacir Fernandes não quer ser presidente de novo. "Eu sou muito claro, a gente tem que mudar a geração. Não adianta, a gente já tem uma idade, tem que ir na CBF, ir na Federação e precisa de pessoas com mais dinâmica para isso", destacou. "A presidência não é o que eu pretendo, eu pretendo dar uma mão no futebol, talvez estruturar o futebol junto com outros, vamos ter que ter uma equipe grande ali, um e outro para viajar, para acompanhar o time, buscar jogadores. Pessoas que já trabalharam com a gente, que conhecem bem a gente, é por aí que a coisa deve ser encaminhada", referiu.
A reunião online dos ex-presidentes foi encerrada há pouco. Mais detalhes em instantes.