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Tragédia silenciosa: Animais silvestres morrem atropelados nas estradas

Problema gera perdas para diversidade e desequilíbrio ecológico na região

Por Stefanie Machado Criciúma, SC, 25/07/2022 - 13:04
Fotos: Divulgação/ Faunativa
Fotos: Divulgação/ Faunativa

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Diariamente, as rodovias brasileiras vivem tragédias quase que silenciosas. A cada segundo, 15 animais silvestres morrem atropelados nas estradas pelo Brasil. Os dados são do Centro Brasileiro de Estudos em Ecologia de Estradas (CBEE) da Universidade Federal de Lavras (MG). Inclusive, a mesma instituição, criou o Atropelômetro, um contador desses acidentes. 

A situação não é muito diferente nas estradas ao redor de Criciúma. "A situação está bem complicada. No sábado, tivemos o caso do gato do mato pequeno. Hoje de manhã, também, recebemos a notícia que na Via Rápida de um tamanduá-mirim atropelado. Uma espécie rara aqui no nosso município, com poucos registros", destaca o biólogo Vítor Bastos. 

O profissional, idealizador do @faunativacriciuma, realiza pesquisa com mamíferos da região e tem câmeras instaladas em diversos pontos da mata para observar os animais. "Vejo muitos animais atropelados. O mais comum é o gambá-de-orelha-branca, que tem o hábito de viver em áreas mais urbanas e anda mais devagar, por isso, é frequente essas colisões", ressalta. Cachorro-do-mato, quati, furão e felinos silvestres são outras vítimas frequentes desses acidentes. 

Além de acidentes, Vitor destaca que alguns atropelamentos são causados de propósito, por acreditar que os animais, como os gambás, atraem doenças. "Quando um animal é atropelado, é uma perda muito grande para a biodiversidade. Ele já tem uma situação muito pequena dentro das matas. Quando ele acaba morrendo atropelado, a população inteira da mesma espécie e a cadeia alimentar vai sofrer muito com o desequilíbrio ecológico", enfatiza. 

A presença de bichos silvestres em regiões urbanas se dá por alguns motivos. Entre esses, está o desmatamento das florestas nativas. A capivara é um exemplo de um animal que não precisa de um ambiente preservado para viver e, por esse motivo, pode se aproximar das cidades. 

É possível solucionar o problema?

Com planejamento e estudo, é possível reduzir a quantidade de acidentes com animais nas estradas brasileiras. Conforme o biólogo, o que falta, muitas vezes, é um planejamento ambiental antes de abrir rodovias em meio à mata, a fim de achar alternativas para a fauna silvestre ali existente, como o passa fauna

"Ou faz por baixo das rodovias, com buracos para os animais passarem por baixo e não por cima da estrada. Ou também as pontes, que são interessantes para animais como o quati, macaco prego, animais que vivem no estrato arbóreo, no topo das matas. Isso tem que ser feito um estudo para saber para onde eles estão indo, qual parte da rodovia eles cruzam e também um cercamento das áreas verdes para que eles sejam levados a esses passa fauna", explica. 

Em Criciúma, existem alguns pontos que podem receber esse planejamento. "Na Via Rápida, por exemplo, poderia ser feito uma passagem por baixo da rodovia. No Anel Viário do São Simão dava para fazer por cima", afirma. Além disso, também é importante a utilização de redutores de velocidade e placas que sinalizam a passagem de animais na pista.

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