Nessa segunda-feira, 18, após mais de dois com atividades remotas, a UFSC de Araranguá voltou a ter aulas presenciais. Os 1,5 mil alunos foram recebidos no antigo campus da Unisul, no bairro Jardim da Avenidas, pela direção e professores.
Mas o retorno também conta com o estado de greve dos técnicos da universidade que estão mantendo apenas as atividades essenciais. A categoria alega que não recebe reajuste salarial há sete ano e que isso, aliado a inflação, representa uma perda salarial de mais de 50% no período. Os trabalhadores reivindicam uma reposição de 19,99%, o que segundo eles é suficiente para cobrir pelo menos os últimos dois anos.
“Na universidade se formos categorizar nós temos os professores, alunos e a categoria dos técnicos. Essa última é sindicalizada. O sindicato fez todo o protocolo necessário para declarar um estado de greve e chegaram a conclusão que era necessário. Eles têm a demanda deles que em muitos pontos coincidem com a demanda dos professores, mas por enquanto apenas essa categoria está se manifestando. Em Araranguá os técnicos têm consciência dos serviços essenciais. Eu costumo dizer que quem faz greve faz quando necessário. Não podemos entrar no mérito da demanda do outro. Então eu estou dando apoio para essa ação”, afirma Eugênio Simão, diretor de UFSC Araranguá.
Aulas presenciais
Quanto a retomada das aulas presenciais o diretor da UFSC diz ser importante para toda a comunidade. “Chegamos no dia tão esperado por todos, a retomada das aulas presenciais. Havia grande expectativa da comunidade universitária, professores, técnicos e os alunos. Hoje pela manhã fizemos a recepção dos novos calouros, na verdade não são novos apenas desse ano, têm novos calouros que ficaram represados e não sabiam nem onde era Araranguá. Para nossa felicidade estavam todos aqui e chegou a hora de voltarmos com toda a dinâmica possível para a atividade acadêmica. A cidade também vai notar a presença de 1,5 mil alunos que nós temos no campus. E são cerca de 140 professores e 50 técnicos e vamos retomar como era antes da pandemia”.
Casa nova
A novidade desse ano é a utilização do antigo campus da Unisul de forma integral. “Agora nós temos 100% da área alugada do antigo campus da Unisul, aqui no bairro Jardim das Avenidas. O refeitório entrará em funcionamento também. Essa é uma demanda muito urgente da nossa comunidade, já que todas as unidades federais no Brasil, aproximadamente 63 universidades, hoje contam com mais de 50% dos seus alunos vindos de escolas públicas e com condições financeiras precárias. A universidade, além de ter o propósito do ensino, passou a fazer uma espécie de assistência social também”.
Curso de medicina
Uma das preocupações dos últimos anos era com o curso de medicina de Araranguá que poderia ter as atividades prejudicadas por falta de professores. Porém o diretor acredita que não haverá prejuízo aos alunos nesse próximo semestre, mesmo ainda faltando 30 docentes para completar o quadro.
“Nós passamos da fase da crise. O curso de medicina foi planejado e tinha um programa de ação induzida pelo governo federal na época do projeto Mais Médicos. Haviam ações programáticas de desembolso, tanto de recursos financeiros, como também de pessoal. Por ação da comunidade, e eu agradeço muito isso, e também da sociedade civil organizada, dos professores, dos alunos, conseguimos sensibilizar o governo federal para que concluísse o pactuado de 60 professores. Então nós já temos 30 professores efetivos na casa e estamos com concursos abertos para mais 30 professores. Até faço um apelo para que a comunidade faça uma grande divulgação para que nós tenhamos esse concurso preenchido, ou seja, que não dê deserto por falta de professores na área médica. Mas eu presumo que não vai faltar para esse semestre”, conclui o diretor.